ATA DA NONAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
04.11.1998.
Aos quatro dias do mês de novembro do ano de mil
novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos
Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio
Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, Luiz Braz, Maria
do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e Sônia Santos. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas das
Octogésima Sétima, Octogésima Oitava e Octogésima Nona Sessões Ordinárias e da
Quadragésima Sessão Solene, que deixaram de ser votadas face a inexistência de
“quorum” deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Alberto
Garcia, 02 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 131/98
(Processo nº 3036/98); pelo Vereador Eliseu Sabino, 01 Pedido de Providências;
pelo Vereador João Carlos Nedel, 07 Pedidos de Providências e o Substitutivo nº
01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 30/97 (Processo nº 847/97). Ainda, foram
apregoados Ofícios do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, de nºs 444/98,
encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 41/98 (Processo nº 3064/98), e
452/98, informando que Sua Excelência deverá ausentar-se do Município nos dias
três e quatro de novembro do corrente, a fim de participar do Seminário
Internacional “A Federação em Desequilíbrio: Novos Desafios para as Relações
Intergovernamentais no Brasil”, a realizar-se em Brasília/DF. Do EXPEDIENTE
constaram: Ofícios nºs 124/98, do General de Exército Ruy de Paula Couto, Presidente
do Conselho Consultivo da Liga de Defesa Nacional; 353/98, do Vereador Atidor
da Silva da Cruz, Presidente da Câmara Municipal de Viamão/RS; 930/98, do
Senhor Ibanez Filter, do Gabinete da Presidência da Companhia Riograndense de
Telecomunicações - CRT; 2277/98, do Vereador Gerson Peteffi, Presidente da
Câmara Municipal de Novo Hamburgo/RS; 3292/98, da Senhora Iara Leite, do Gabinete
da Casa Civil do Estado/RS; 10010/98, do Senhor José Elias Flores, Presidente
do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre. A seguir, o Senhor
Presidente registrou a presença do ex-Vereador Airto Ferronato e concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Eloísa Fortuna, Presidenta da Associação
Comunitária União da Represa, que discorreu a respeito dos problemas
enfrentados pela comunidade do Bairro Partenon, declarando observar-se falta de
infra-estrutura de saneamento básico no local, o que resultaria em efeitos como
má qualidade da água consumida pelos moradores e efetiva potencialidade de
transmissão de doenças. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a
presença da Senhora Neuza Bones, Vice-Presidenta da Associação Comunitária União
da Represa, e o Vereador Renato Guimarães formulou Requerimento verbal,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando cópias do pronunciamento da
Senhora Eloísa Fortuna. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo,
reportando-se ao tema da Tribuna Popular, teceu considerações acerca da
situação enfrentada pelos moradores do Bairro Partenon, criticando os
posicionamentos adotados pelo Executivo Municipal em relação ao assunto e
salientando a necessidade da resolução urgente dos problemas no saneamento
básico verificadas naquele Bairro. A Vereadora Teresa Franco manifestou seu
apoio ao pronunciamento da Senhora Eloísa Fortuna, comentando aspectos
relativos às más condições fitossanitárias existentes em áreas do Bairro
Partenon e propugnando pela colaboração de todos os Senhores Vereadores para a
adoção de medidas urgentes para a reversão deste quadro. Às quatorze horas e
vinte e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e vinte e sete minutos, constatada a existência de
“quorum”. A seguir, o Senhor Presidente informou que o comparecimento à Casa do
Senhor Peter Wilms, Presidente da Associação de Dirigentes de Venda do Brasil -
ADVB/RS, que estava agendado para hoje, foi transferido para o dia treze de
novembro do corrente. Após, a Vereadora Clênia Maranhão registrou a presença de
representantes de proprietários de bares e restaurantes localizados no Bairro
Ipanema, que se encontram na iminência de despejo, e formulou Requerimento
verbal solicitando que este Legislativo acompanhe os procedimentos de
desocupação da referida área, a fim de que sejam evitados atos de violência.
Após, os Vereadores Gerson Almeida, Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa, João
Dib, Maria do Rosário, Antônio Losada e Renato Guimarães formularam
questionamentos e manifestaram-se a respeito do Requerimento verbal formulado
pela Vereadora Clênia Maranhão e acerca das normas regimentais para
constituição de Comissões Externas pela Casa. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou que será constituída Comissão Externa para acompanhamento das
questões apresentadas pela Vereadora Clênia Maranhão. Em continuidade, foi
apregoado Requerimento do Vereador Décio Schauren, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde do dia quatro ao dia onze de novembro do corrente, tendo o
Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Cyro Martini,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes
e Habitação. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi aprovado
Requerimento do Vereador Pedro Ruas, solicitando Licença para Tratar de Interesses
Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Milton Zuanazzi, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. Também, foi apregoado documento do
Vereador Nereu D’Ávila, informando, como Líder da Bancada do PDT, o impedimento
do Suplente João Bosco Vaz em assumir a vereança em substituição ao Vereador
Pedro Ruas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia teceu
considerações a respeito das medidas econômicas e fiscais implantadas no País,
no sentido de garantir a manutenção do Plano Real. Criticou o modo como o
Governo Federal vem fazendo uso das Medidas Provisórias, analisando, também,
questões relativas à criação de novos postos de trabalho no País. O Vereador
João Dib comentou artigo de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, publicado no Jornal Zero Hora do dia trinta e um de outubro do
corrente, intitulado “Um dia de luta”. Também, teceu críticas à política
salarial do Executivo Municipal em relação aos municipários, lendo trechos do
editorial do Jornal “O Charrua”, órgão de divulgação do Montepio dos
Funcionários do Município de Porto Alegre, em sua edição de outubro do
corrente. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou informações acerca da
tramitação, na Casa, dos Projetos de Lei referentes às Diretrizes Orçamentárias
do Município para o exercício do próximo ano. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão
Preliminar, estiveram: em 6ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nºs 35/98,
este discutido pelos Vereadores Renato Guimarães, Reginaldo Pujol, Adeli Sell e
Carlos Alberto Garcia, 36, 37, 38 e 39/98, este discutido pelo Vereador Renato
Guimarães. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou o transcurso, no dia de
hoje, do aniversário da Senhora Rosa Ângela Fontes, funcionária deste
Legislativo. Também, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Isaac Ainhorn,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, tendo o
Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Maria do Rosário discorreu sobre o plano de ajuste fiscal do Governo
Federal, tecendo críticas à criação, através de Medida Provisória, do programa de
“demissão temporária” e às medidas de reforma da Previdência Social, hoje
votadas e aprovadas pelo Congresso Nacional. O Vereador Isaac Ainhorn analisou
dados referentes às taxas de desemprego observadas no País. Comentou os
resultados obtidos pelos partidos de esquerda nas últimas eleições para
Governador, em diversos Estados brasileiros, e referiu-se aos trabalhos realizados
pela Comissão Especial constituída para analisar o II Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. A seguir, constatada a
existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, foi votado destacadamente e rejeitado o artigo 1º do Projeto
de Lei do Executivo nº 17/98, considerando-se aceito o Veto a ele aposto, por
quinze votos SIM, treze votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, João Dib, Reginaldo Pujol, Gerson
Almeida, Luiz Braz e Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria
Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco, Não os
Vereadores Adeli Sell, Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann,
Maria do Rosário, Renato Guimarães, Cyro Martini e Milton Zuanazzi, tendo
optado pela Abstenção os Vereadores Carlos Alberto Garcia, Hélio Corbellini e
Nereu D’Ávila e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Reginaldo Pujol, João Dib e Anamaria Negroni. Na
ocasião, face às Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Gerson Almeida, Fernando Záchia e Reginaldo Pujol, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos a respeito do Veto aposto ao Projeto de Lei
do Executivo nº 17/98 e das disposições regimentais atinentes ao encaminhamento
à votação deste Projeto. Em continuidade, o Vereador Antonio Hohlfeldt formulou
Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando cópias do
Projeto de Lei do Executivo nº 17/98, bem como dos pronunciamentos efetuados
pelos Senhores Vereadores a respeito do mesmo. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi votado em destaque e rejeitado o artigo 14 do Projeto de Lei do
Executivo nº 17/98, considerando-se aceito o Veto a ele aposto, por quatorze
votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
João Dib, Renato Guimarães e Cláudio Sebenelo, tendo votado Sim os Vereadores
Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Tereza Franco e Não
os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães,
Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, José Valdir,
Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Renato Guimarães, Cyro Martini e Milton
Zuanazzi. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi votado destacadamente e
aprovado item do anexo II do Projeto de Lei do Executivo nº 17/98 (Educação
“Implantação do Fundo Municipal de Crédito Educativo” – FUNCRED, criado pela
Lei nº 7974/97), considerando-se rejeitado o Veto a ele aposto, por dezessete
votos SIM e treze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Nereu D’Ávila, Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel, Carlos Alberto Garcia, Adeli
Sell e Cláudio Sebenelo, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni,
Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói
Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel,
João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol e Milton Zuanazzi e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clovis
Ilgenfritz, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta,
José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato
Guimarães e Cyro Martini. Na oportunidade, foi aprovada a prorrogação da
presente Sessão, nos termos regimentais, e o Senhor Presidente registrou o
transcurso do aniversário dos Vereadores Nereu D’Ávila e Cláudio Sebenelo, nos
dias 28 e 30 de outubro do corrente ano, respectivamente. Após, foi aprovado
Requerimento verbal do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando alteração na
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, após ser encaminhado
à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e Votação Nominal,
foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 40/98, considerando-se aceito
o Veto Total a ele aposto, por três votos SIM e vinte e um votos NÃO, tendo
votado Sim os Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão e Eliseu Sabino e
Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Elói
Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio
Corbellini, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João
Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum, Renato Guimarães e Cyro Martini. Após, foi aprovado
Requerimento do Vereador Cláudio Sebenelo, solicitando a dispensa do envio da
Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 23/98 para apreciação de
Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Executivo nº 23/98. Após, foi aprovada a Emenda nº 01 aposta a este
Projeto. A seguir, os Vereadores Isaac Ainhorn e Maria do Rosário formularam
Requerimentos verbais, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante da Ordem do Dia, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos a
respeito do encaminhamento a ser dado a estes Requerimentos e tendo o Vereador
Nereu D’Ávila manifestado-se a respeito. Em continuidade, os trabalhos
estiveram suspensos das dezoito horas e quarenta e três minutos às dezoito
horas e quarenta e sete minutos, nos termos regimentais. Após, a Vereadora
Maria do Rosário formulou novo Requerimento verbal, posteriormente retirado de
tramitação pela Autora, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia; o Vereador Isaac Ainhorn formulou Requerimento
verbal, solicitando a leitura do teor dos Requerimentos apresentados à Mesa; o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos a respeito da condução dos trabalhos
da presente Sessão, tendo o Vereador Isaac Ainhorn manifestado-se a respeito, e
designou a Vereadora Clênia Maranhão como representante deste Legislativo para
acompanhar o processo de desocupação de área localizada no Bairro Ipanema,
tendo os Vereadores Clênia Maranhão e Gerson Almeida manifestado-se sobre o
assunto. Às dezoito horas e cinqüenta e nove minutos, foi procedida à
verificação de “quorum”, por solicitação do Vereador João Dib e, constatada a
inexistência de “quorum” deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da
próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz e Juarez Pinheiro e secretariados pelos
Vereadores Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Queremos saudar o ex-Presidente, Ver.
Airto Ferronato, que se encontra, para nossa alegria, visitando seus
ex-colegas. Bem-vindo à Casa.
Passamos
à
A
Sr.ª Eloísa Fortuna, Presidenta da Associação Comunitária União da Represa, do
Bairro Partenon, que está com a palavra. Queremos comunicar a presença da
Vice-Presidenta, Sr.ª Neuza Bones.
A SRA. ELOÍSA FORTUNA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores e demais presentes, venho, aproveitando esse espaço livre aos
cidadãos e suas manifestações, para pedir ajuda à comunidade que represento
como Presidenta da Associação Comunitária.
Estamos
há muitos anos sofrendo as mesmas carências de infra-estrutura. Sendo a água
potável e o esgoto os componentes básicos para que possamos ter uma vida
saudável. Mas estamos cientes de que ainda temos muitas outras carências de
estrutura para resolver. A saber: a nossa comunidade consome água de poços
escavados a poucos metros de latrinas, no mesmo pátio. Os senhores podem imaginar
as conseqüências para a saúde dessas pessoas, crianças, idosos, gestantes. Com
a presença de muitos doentes na comunidade. E a comunidade infantil, algumas
apresentando desenvolvimento físico comprometido.
Para
terem a exata dimensão dos problemas, ainda temos que suportar a presença de
esgotos a céu aberto, o que representa a exposição, a toda a ordem de
parasitas. Quando chove, as nossas casas são invadidas por lama e lixo
contaminado, onde ocorrem doenças das mais variadas, comuns, nos grupos sociais
submetidos à carência de saneamento básico.
Pensamos
que saúde pública se faz com prevenção e não lotando hospitais com doentes que
poderiam estar saudáveis bastando atender aspectos mínimos de higiene.
Srs.
Vereadores, como representante dessa Associação Comunitária, peço,
encarecidamente, que reflitam sobre os nossos problemas, porque não é mais
possível viver nessas condições. Por favor, visitem nossas moradias, analisem a
água que consumimos, sejam administradores públicos, essa é a nossa realidade,
a realidade do século XXI, da informatização, da era moderna que só não chegou
para nós. Hoje estamos pedindo, porém se a Administração Pública não olhar
nossos problemas, voltaremos dispostos a lutar com todos os recursos possíveis
para que as nossas crianças e idosos, pelo menos eles, possam usufruir de uma
vida saudável. Agradeço a atenção de todos e colocamos a nossa Associação à
disposição para quando quiserem nos adotar como afilhados. Hoje estamos pagãos
perante a atual Administração Pública. Estamos localizados na Rua Sr. Dário, nº
24, Chácara dos Bombeiros, Bairro Partenon, nesta Cidade. Deus ilumine a todos,
nos seus projetos pessoais e profissionais. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra.
O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, em nome da Bancada e da
Comissão de Saúde gostaria de requerer cópias do pronunciamento da companheira
que representa esta Entidade, para propiciar aos Vereadores que fazem parte da
Comissão uma visita ao local para podermos acompanhar a situação relatada. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Ouvimos de viva voz uma pessoa de uma comunidade muito próxima do Centro da
Cidade de Porto Alegre, certamente não mais do que cinco quilômetros do
Centro. Pois essa pessoa denuncia, com
a sua autoridade de liderança comunitária, poços artesianos, obrigatoriamente
abertos ao lado de latrinas; esgotos a céu aberto, na Chácara dos Bombeiros,
dentro do perímetro urbano. Não se trata de uma zona à margem geográfica de
Porto Alegre. Lixo contaminado, carência de saneamento básico e mais uma vez se
repete o aforisma que em saúde, ao invés de encherem-se as emergências, a
prevenção é fundamental. Em saúde pública o saneamento é fundamental! Ela pede
que seja feita a análise das águas que eles consomem e, por fim, pateticamente,
dentro da Cidade de Porto Alegre - diz ela - a comunidade está pagã, sem
apadrinhamento oficial, sem o cuidado da Administração Pública de Porto Alegre.
E isso se localiza tão próximo a nossa vista que é inconcebível que populações
como, por exemplo, a do loteamento Wenceslau Fontoura que após quase seis meses
que a Comissão de Saúde visitou, reclamou e pediu providências, continua tudo
exatamente igual ao que está relatado na comunidade da Chácara dos Bombeiros.
Esse
não é um problema de propaganda eleitoral; esse não é um programa de televisão
ardentemente preparado! Isso é a Tribuna Popular, quando pessoas,
representantes de comunidade vêm aqui fazer reclamações. Hoje, estampado em
Zero Hora, uma manchete, mais uma vez sobre o Arroio Dilúvio, um riacho
desgraçado pela incúria administrativa e, principalmente, pela indiferença. Há
mais de um ano este Vereador fez um filme relatando para outros Vereadores o
estado do Arroio Dilúvio. Mostramos reportagens do jornal Zero Hora, de doze
anos atrás, relatando exatamente a mesma coisa. Quero ler um trecho desta
reportagem que nos envergonha, como porto-alegrenses. Exatamente ali “moradores
da Vila Bom Jesus costumam pescar em tardes de folguedo. Meninos risonhos
capturam jundiás, cascudos e carás, mergulhando o corpo todo na água
contaminada pelo esgoto, retirando peixes das tocas a unha. Sem qualquer
repugnância pela sujeira, os jovens puxam os animais com anzóis improvisados
para depois comerem a carne. Segunda-feira um grupo havia pescado mais de 10
peixes em frente à sede da Companhia Estadual de Energia Elétrica.” “Às vezes,
depois do futebol, tomo banho aqui. Nunca peguei qualquer doença, só me cortei
uma vez” - exibindo um ferimento na mão direita o menino de 12 anos.
Na
página seguinte de Zero Hora está sendo denunciado um surto de leptospirose no
interior. Muito provavelmente as próximas vítimas serão essas crianças, devido
a indiferença às denúncias trazidas a esta tribuna inúmeras vezes. Sofremos
muitas vezes o deboche de determinadas pessoas que não aceitavam as críticas
construtivas feitas desta tribuna. Hoje vemos fazendo coro os jornais de Porto
Alegre. E a Chácara dos Bombeiros hoje vem aqui para tratar exatamente desta
indiferença, do abandono, e da irresponsabilidade da Administração Municipal em
relação aos esgotos pluviais, cloacais, com esta Cidade, o que nos faz,
indignados, denunciar à população que essa indiferença quem vai pagar não são
os administradores, mas a saúde inteira de uma população. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Tereza Franco está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. TEREZA FRANCO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero
dizer que encaminhei para a Tribuna esse caso, cujo problema me foi passado lá
na Rádio onde trabalho pela manhã, e eu tive o desprazer de ver a água que esse
pessoal está tomando. Eles levaram a água num vidro e infelizmente eu não
trouxe essa amostra.
Srs.
Vereadores, é um pavor a água que essas pessoas utilizam, inclusive para a sua
alimentação! Então, eu pedi que algum representante da vila viesse ocupar a
Tribuna Popular, a fim de pedir providências a todos os Vereadores, pois uma
andorinha só não faz verão. E não é só essa vila que tem esse problema; são
várias vilas. Nas visitas que tenho feito às vilas, tenho constatado que elas
estão ficando piores. Tem algumas que estão em pior situação do que quando eu
entrei para esta Câmara de Vereadores. Então, peço aos Srs. Vereadores que se
unam para que possamos trabalhar juntos não só a favor dessa vila, mas de todas
as vilas que não possuem esgoto, onde as pessoas têm que conviver com as fezes
passando na frente das suas portas por falta de encanamento. Por isso, Srs.
Vereadores, vamos ajudar as vilas, porque as vilas nos põem aqui; é das vilas
que saem os votos. Então, vamos honrar esses votos! Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais nenhuma Bancada inscrita
para se manifestar em tempo de Liderança, queremos agradecer a presença da Sra.
Eloisa Fortuna, Presidente da Associação Comunitária União Partenon, da Sra.
Neuza Bones, Vice-Presidente da Associação, e da Sra. Neiva Espíndola,
Secretária da Associação.
Uma
Comissão e duas Lideranças da Casa já se manifestaram e nos colocamos à inteira
disposição para que este problema possa, rapidamente, ser resolvido, porque
acreditamos que sem água - sendo vital para a existência do ser humano e para a
vida aqui na Terra - o ser humano não pode continuar a existir, por isso não
podemos admitir que nesta Capital, que é considerada como a de melhore
qualidade de vida do Brasil, tenha uma comunidade que esteja com problemas de
água, pessoas tomando água contaminada.
Nós nos colocamos a inteira disposição e tenho certeza absoluta de que é o pensamento da Casa para que este problema possa ser equacionado o mais rapidamente possível. Suspendemos a Sessão por um minuto para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h24min.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz - às 14h27min): Estão reabertos os trabalhos. Nós temos aqui hoje
marcado o comparecimento de Peter Wilms, que é Presidente da Associação dos
Dirigentes de Vendas do Brasil - ADVB, no entanto ele me telefonou dizendo que,
por uma viagem que tem a Brasília, está transferindo a sua visita a nossa
Câmara Municipal para sexta-feira da semana que vem.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, queria encaminhar um
Requerimento à Comissão de Habitação, tendo em vista que se encontram aqui na
nossa Casa os representantes dos bares e restaurantes de Ipanema que,
inclusive, estão sofrendo ameaça de despejo imediato e precisam que esta Câmara
trabalhe na interlocução junto ao Poder Executivo no sentido de que haja mais
flexibilidade, uma posição mais humanitária em relação ao tratamento das
pessoas que são donas de bares e restaurantes. Muitas daquelas famílias moram
naqueles bares e deles dependem economicamente. Há uma ação de despejo que está
ameaçando, há a solicitação de um reforço da Brigada, que poderá trazer uma
situação de violência. Eu penso que esta Casa, que sempre teve uma posição de
intermediação nesses conflitos, deverá participar também desse processo no
sentido de que essa transição seja mais humana.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, só para que haja um
esclarecimento a este Vereador, quero saber se o processo a que a Vereadora se
refere é o mesmo que tramita há mais de dez anos na Justiça, que já sofreu
todos os recursos possíveis, já foi amplamente noticiado, que se trata de uma
recuperação de área pública indevidamente ocupada. Se for esse mesmo processo,
de nossa parte não tem nenhuma dificuldade, agora é importante saber que não há
nenhuma desumanidade, há o cumprimento rigoroso de uma lei há dez anos
batalhada pelos fóruns legais.
O SR. PRESIDENTE: Se eu bem entendi, o Requerimento da
Ver.ª Clênia Maranhão, foi para que a nossa Casa pudesse estar intercedendo no
sentido de que não houvesse violência na ação que será encetada. V. Ex.ª coloca
que é uma ação que estava correndo na Justiça, mas a Ver.ª Clênia Maranhão
coloca que esta Casa deve interceder no sentido da não-violência. Eu penso que
a Ver.ª Clênia Maranhão está correta nesse sentido.
O SR. GERSON ALMEIDA: Nesse aspecto não há nem o que debater.
Agora, só quero esclarecer no caso de se tratar do mesmo caso, porque pode,
eventualmente, ser um outro episódio, que não seja do meu conhecimento. Se for
esse caso contra a violência, a nossa Bancada é unânime, naturalmente, no
apoio.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: O Ver. Gerson Almeida sabe, obviamente,
do que nós estamos falando; não adianta fazer tergiversações. Essa ação
tramitou na Justiça - a Cidade acompanhou isso. Houve uma decisão judicial.
A
reivindicação das famílias que vivem daqueles bares é que seja negociado com o
Poder Executivo um prazo maior para o seu deslocamento.
Tendo
em vista que a informação colocada pelo Executivo é de que eles têm 24 horas
para sair, e que, caso eles não saiam, será acionada a Brigada Militar, e como
nós, aqui da Câmara, já vivenciamos outras situações de violência, nós achamos
que é obrigação dos Vereadores, como representantes desta Cidade, participar de
uma negociação para que a população, para que as famílias que vivem daqueles
bares possam sair dali num prazo possível e sem nenhuma violência. É isso, e o
Ver. Gerson sabe do que eu estou falando.
O SR. PRESIDENTE: Vereadora Clênia e Ver. Gerson, que estão
intervindo neste debate, eu faço a sugestão aos Srs. Vereadores de que nós
tiremos uma Comissão da Casa para acompanhar o assunto.
Vereadora Clênia, eu estou sugerindo! V. Ex.ª
gritou aí de maneira inconveniente. Eu estou apenas sugerindo que os Vereadores
formem a Comissão, mas V. Ex.ª poderá sugerir uma outra forma, uma forma para
resolver, não para intervir dessa forma que eu acredito não ter sido a melhor.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Como sempre, Sr. Presidente, estou
tentando colaborar. Existe uma Comissão nesta Casa chamada de Urbanismo,
Transporte e Habitação, que deve ser acionada, o que não impede que outros
Vereadores que se preocupam com o assunto se agreguem a ela. Essa sugestão eu
estou fazendo a V. Ex.ª como sempre de forma colaborativa.
O SR. PRESIDENTE: Muito obrigado, Ver. Guilherme Barbosa,
mas Vossa Excelência sabe que, neste caso, nós não temos apenas um assunto de
urbanismo, de habitação. Quando nós tratamos de um caso como esse, nós estamos
tratando de um caso generalizado, que, por isso, deve ser tratado por toda a
Casa. Nós estamos sugerindo a formação de uma comissão formada por Vereadores
que representem toda a Casa.
O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador Presidente, não há dúvida
nenhuma de que é preciso que se forme uma comissão externa para, rapidamente,
encaminhar uma solução. Se assim não for feito, amanhã a Prefeitura Municipal
de Porto Alegre estará fazendo o que eu já vi na Perimetral: derrubando as
casas com as pessoas dentro.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, eu gostaria de entender
melhor. Se existe um requerimento para comissão externa, esse requerimento não
pode ser feito oralmente. A Comissão Externa é amparada no nosso Regimento,
existe a possibilidade de uma Comissão Externa. Eu quero entender.
O SR. PRESIDENTE: Eu consultei o Plenário, Ver.ª Maria do
Rosário. V. Ex.ª até me auxilia, da possibilidade de formarmos uma Comissão que
seria uma Comissão Externa, no sentido de acompanhar o desenrolar dos
acontecimentos em Ipanema, e quem sabe intervir de uma maneira a fazer com que
não haja nenhum tipo de violência, nenhum tipo de prejuízo.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Eu pediria que Vossa Excelência tivesse
o mesmo procedimento que tem tido em outros casos. V. Ex.ª sempre consulta as
Comissões Permanentes que são ligadas ao fato em si. Fez assim, quando nós
requeremos uma Comissão para acompanhar os episódios da FEBEM, no qual a
Comissão dos Direitos Humanos se colocou à disposição, V. Ex.ª conduziu assim o
caso. Considerando que já há uma
jurisprudência do seu procedimento, eu avalio que V. Ex.ª poderia, se me
permite, consultar a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação e as
outras Comissões, quem sabe.
O SR. PRESIDENTE: V. Ex.ª faz essa sugestão, mas eu estou
encaminhando para a Casa, algo que acredito que seja bastante democrático,
porque eu não quero favorecer ninguém, a não ser a comunidade. Eu acredito que
a nossa Casa poderá atuar de uma maneira uniforme. Não é apenas uma
representação das oposições da Casa, é uma representação da Casa, que estamos
pedindo para atuar nesse episódio.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, na qualidade de
Vice-Presidente da CUTHAB, nós queremos nos colocar à disposição dessa
comunidade, desses senhores proprietários dos bares na margens do Guaíba em
Ipanema, para estabelecer o diálogo, inclusive com o Executivo, com o objetivo
de tentar uma solução rápida para o problema. Eu acho que é da responsabilidade
da CUTHAB sim, porque muitos desses bares inclusive são moradias.
O SR. GERSON ALMEIDA: Talvez a questão tenha até tomado outro
rumo, mas eu queria, Sr. Presidente, colocar que da minha parte não há nenhum
óbice sobre qualquer solução que a
Câmara ou a Presidência encaminhe no sentido de que a Câmara se preocupe com as
questões da Cidade. No entanto, há que se registrar a tergiversação sobre o
episódio, porque ele está sendo tratado há dez anos, e portanto não é prazo de
24 horas, e sim dez anos e mais 24 horas de prazo.
O SR. PRESIDENTE: A Ver.ª Maria do Rosário, de maneira
bastante ponderada, dá uma sugestão que acredito poderia servir de
encaminhamento se assim as outras lideranças aceitarem. Nós podemos fazer essa
Comissão Externa, porque ela terá condições de agir com maior rapidez, mas
jamais descartando que o Presidente das outras comissões, afetas ao caso,
possam participar e até de maneira bastante ativa. Dessa forma a Casa estaria
bastante representada e esse assunto poderia ser encaminhado de uma maneira
mais correta.
Solicito
à Ver.ª Clênia Maranhão, que encaminhou o assunto, que trabalhe no sentido de
nós formarmos a comissão externa na Casa e que as outras comissões afetas
possam também estar presentes no caso.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, tendo em vista que eu
iniciei essa discussão na Casa, quero dizer que concordo, plenamente, com o
encaminhamento que V. Ex.ª está dando, pois acho que uma Comissão Externa
poderá contribuir para a solução desse impasse.
O SR. PRESIDENTE: Gostaria que V. Ex.ª já providenciasse,
juntamente com as outras lideranças, a formação dessa comissão.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, o assunto é diferente,
trata de Comissão Externa. Quero, então, consultar V. Ex.ª, pois dei entrada,
no dia de hoje, no Protocolo da Câmara, a uma solicitação de uma Comissão
Externa que tem o objetivo de acompanhar e propor iniciativas em conjunto com
os demais legislativos municipais e entidades representativas do executivo,
referente ao pacote e as medidas que as câmaras municipais podem fazer para a
preservação das finanças públicas, que num dos pontos do pacote estão sendo
drenados para o Executivo Federal.
A
minha pergunta, Sr. Presidente, é se como estamos agora, de forma diligente,
encaminhando uma Comissão, se nós podemos, também, eventualmente, no rastro
dessa solicitação tratar dessa outra, ou qual o encaminhamento que daríamos a
esse caso, posto que por razões de nossa alçada, tanto como da Câmara, os
requerimentos têm estado sem poderem ser discutidos.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Gerson Almeida, no caso de uma
Comissão Externa, como esta que está sendo solicitada, o Vereador-Presidente
pode decidir, sem precisar colocar em votação, porque seria uma Comissão
Externa com a concordância de todos os Srs. Vereadores. No caso dessa proposta
que V. Ex.ª coloca, que é sobre o pacote que V. Ex.ª diz, eu acho que é uma
discussão que temos que travar aqui nesta Casa, porque, afinal de contas, é uma
Casa política formada por todas as correntes de pensamentos. Mas, V. Ex.ª há de
convir comigo que, aqui, existem partidos políticos representados nesta Casa,
que talvez tenham pensamento divergente do seu, no que concerne ao pacote.
Então,
no meu modo de ver, não caberia uma Comissão Externa, mas é uma grande
discussão e acho extremamente importante que a façamos, pois diz respeito aos
municípios, ao estado, ao país, a nossa vida e a vida das comunidades. Se V.
Ex.ª tem o Requerimento, eu posso dizer que faremos um esforço todo especial
para adiantarmos as matérias a serem votadas hoje, e eu pediria a colaboração
dos Srs. Vereadores nesse sentido, já que estamos com as votações das matérias
atrasadas.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, no meu entendimento, esse
assunto trazido pela Ver.ª Clênia Maranhão extrapola a questão habitacional
dessas famílias. Nós estamos, na realidade, tratando de um processo muito mais
complexo, que é o Projeto que fala sobre a orla do Guaíba, sobre a questão
ambiental da cidade, sobre a questão da poluição do Rio Guaíba. Portanto, eu
vejo mais prudente, em vez de criarmos uma Comissão Externa, que a
representação da Comissão de Habitação desta Casa, que o conjunto das Comissões
desta Casa, constituíssem representações e acompanhassem o tema, porque, no meu
entendimento, extrapola a condição de uma Comissão Externa, que é o papel que
todas as Comissões da Casa têm.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, eu acredito que já existe
concordância da própria Bancada de V. Ex.ª que nós façamos a Comissão Externa
sem impedirmos que os Presidentes das outras Comissões afins possam participar.
Eu acho que tem que ser diligente e rápida, já que o assunto, na verdade, deve
estar sendo feito até o dia de amanhã.
O
Ver. Décio Schauren solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 04
a 11 deste mês.
O
Ver. Pedro Ruas solicita Licença para Tratamento de Interesses Particulares no
período de hoje.
(Obs.:
Foram apregoado e aprovado os Requerimentos de licença dos Vers. Décio Schauren
e Pedro Ruas, e dada posse aos Suplentes, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Todos
os dias o Presidente da República lança situações novas. Na semana passada, no
dia do funcionário público, os funcionários públicos inativos tomaram ciência
de que seriam saqueados em seus vencimentos em, no mínimo, 11%. Hoje, o Governo
propõe a criação da demissão temporária. E gostaríamos de comentar a medida
provisória. Por isso, questionamos até quando este País será governado através
de medidas provisórias. E que isso seja mudado no Congresso o quanto antes,
porque essa governabilidade fica em dúvida, já que se manifesta, sempre, através
de canetaço, medida provisória em cima de medida provisória. E quando se fala
nessa demissão temporária, estabelece-se que, de uma hora para outra, os poucos
funcionários deste País - e, cada vez menos - que têm um trabalho formal, com
carteira assinada, poderão ser privados do seu trabalho por um período de três
a cinco meses, recebendo vencimentos inferiores, e o Sr. Presidente fala que
nesse período esses funcionários terão de fazer uma qualificação profissional.
Será que a grande maioria desses funcionários já não possui uma qualificação
profissional? Acredito que sim. Na realidade, isso é um subterfúgio para fazer
com que as empresas, em determinados períodos do ano, possam dispensar os seus
funcionários.
Vamos
entrar em épocas como as que se ouviam falar nos livros, quando, nos Estados
Unidos, era comum, à época da colheita da laranja e do algodão, quando
contratavam pessoas para trabalhar por um determinado tempo e depois eles eram
descartados. Estamos voltando para esse tipo de medida em nosso País, fazendo
com que cada vez mais aumente o número de desempregados. Está na hora de o
nosso Governo assumir que o nosso País está vivendo uma alta recessão, que não
existe política pública de investimento e desenvolvimento econômico, que não se
oferece alternativa para novos empregos, e ainda se fala no seguro desemprego
para aquelas pessoas com mais de um ano de trabalho. Há estudos do DIEESE onde
dizem que somente 25% dessas pessoas desempregadas, que são milhares e milhares
neste País, serão beneficiadas.
Até
quando, através de medidas arbitrárias, como a medida provisória, o Senhor
Presidente, a cada semana, vai tirar alguma coisa do povo brasileiro? Esse é um
questionamento que faremos, toda vez que for necessário, nesta tribuna, porque
talvez um dia, grande parte da população não tenha mais o emprego dito formal.
É importante que, nesta Casa política, os trinta e três Vereadores assumam a
sua postura, que venham aqui e digam que são a favor desse pacote, que estão a
favor de que, a cada três a cinco meses, as suas empresas possam,
temporariamente, afastar seus empregados. Essa discussão temos que fazer o
quanto antes nesta Casa. O que não dá é ficar calado e, a cada dia, o
trabalhador brasileiro ficar cerceado.
Na semana retrasada foram os cortes basicamente da saúde e da educação; a semana passada foram os cortes em cima do funcionalismo público inativo; esta semana, o trabalhador de maneira geral. O que estará nos aguardando na próxima semana? Esse é o desafio que faço: que todos os Vereadores venham aqui e assumam suas posições. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passaremos ao período de Pauta. Informo
que estamos hoje correndo a última Pauta Especial, que é a do Orçamento. De
acordo com o nosso Regimento, hoje seria o último prazo para que qualquer
Vereador ou cidadão pudesse entrar com Emendas ao Projeto do Orçamento.
Após
esta data, só teríamos, ainda, a possibilidade dentro da Comissão de Finanças e
Orçamento.
O
Ver. João Dib está com a palavra para Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Meu
caro Prefeito Raul Jorge, por favor, não venha dizer depois que eu o xinguei da
tribuna. Eu apenas contestei o seu artigo “Um dia de luta”, com bonitas
palavras, escrito no jornal Zero Hora de sábado.
O
senhor disse que: “...Há algum tempo, dirigentes das elites governantes, em
nível federal e estadual, orquestraram a desvalorização do serviço público como
um dos elementos para conduzir a estratégia neoliberal e desmonte do Estado.
Nesses dez anos de administração em Porto Alegre, em nenhum momento colocamos
em prática uma política de redução do quadro funcional ou introduzimos as
chamadas ‘demissões voluntárias’. Além disso, mantivemos a bimestralidade na
política salarial.”
Diz
mais: “Hoje, sem demitir, e com a bimestralidade, realizamos vários concursos
para admissão de novos funcionários, conforme as necessidades de
desenvolvimento municipal, principalmente nas áreas de educação e saúde.” É
claro, Prefeito, que eu não posso concordar com V. Ex.ª, até porque o Editorial
do Jornal Charrua, que é o Jornal do Montepio dos Funcionários Municipais, diz
assim: “Todo este descaso do Executivo para com o servidor gera graves
conseqüências para ambos. O poder público perde porque fica comprometida a
qualidade na execução de metas traçadas pela gestão. A família municipária
perde, porque muitas vezes tem a própria saúde física e mental dos funcionários
abalada drasticamente. A falta de uma política salarial motiva o funcionalismo,
neste dia, 28 de outubro, a fazer protestos e reivindicações por melhores
condições de trabalho. Apesar da Justiça, em âmbito estadual e federal,
conceder sempre Parecer favorável ao municipário e obrigar legalmente a
Prefeitura a realizar o pagamento dos 27,5% devido aos servidores, percentual,
este, decorrente da troca de índices, até o momento nada foi feito. Nestes 10
anos de poder, o municipário está cansado de ser tratado com autoritarismo e
menosprezo.”
Eu
não posso concordar, Prefeito Raul Jorge, com o seu artigo, porque os municipários
falam de forma diferente e eu também. Vejam que, no artigo, o Prefeito diz que
faz concursos especialmente na área da saúde e educação. Se eu concordasse com
o Prefeito Raul Jorge, eu estaria dizendo alguma coisa diferente daquilo que eu
penso. Até porque, diariamente, eu venho a esta tribuna com o Diário Oficial da
Prefeitura e aqui estão, no Diário de ontem, 05 contratações em cartas-contrato
na área da saúde. Não é verdade, pois, que ele faça concursos. Ele contrata,
por carta-contrato, professor e, também, na área da saúde.
Mas,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fala na bimestralidade. Ela só existe, porque
a Prefeitura não teve coragem de mandar um Projeto para a Câmara Municipal,
terminando com a bimestralidade. Mas que o SINDICÂMARA e o SIMPA foram
reiteradas vezes ameaçados, foram. Eu lembro da política salarial da
Prefeitura, quando, em janeiro de 1990, o Prefeito declarava que não tinha 70
milhões para pagar o funcionalismo. Foi necessária uma medida enérgica deste
Vereador para que ele pagasse. Mas, mesmo assim, ele chegou a parcelar o
salário, dizendo que não tinha 70 milhões de reais para pagar o funcionalismo e
parcelou para o dia 31 de janeiro, 03 ou 04 de fevereiro e até 15 de fevereiro.
Porém, descobrimos que ele não tinha só setenta, mas 107 milhões no sistema
financeiro. Por sinal, fazer caixa é um hábito do Prefeito e de sua
Administração.
Tanto
é verdade que a política é contra o municipário e a melhor redação seria uma
foto do dia em que o Montepio concede empréstimos de pequeno porte aos
servidores municipais, quando as pessoas entram na fila às dez, onze horas da
noite, para serem atendidas ao meio-dia do dia seguinte e o quarteirão é
abraçado duas vezes pelos servidores municipais que estão buscando um
financiamento. E o Prefeito se negou a antecipar o pagamento, mesmo depositando
o dinheiro do 13º salário no sistema financeiro, como permite a lei. Lembro que
em julho de 1991 o Prefeito Olívio retroagiu a Lei e tomou 30% do poder
aquisitivo dos municipários. Em maio de 1995, o Prefeito Tarso Fernando
retroagiu uma liminar e tomou os 27,6%, e hoje a Justiça está dizendo que os
municipários têm razão. Portanto, Prefeito Raul Jorge, nada contra Vossa
Excelência, tudo a favor dos servidores municipais que estão sendo
injustiçados. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
PAUTA ESPECIAL - DISCUSSÃO PRELIMINAR
6ª SESSÃO
PROC.
2888/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/98, que estima a Receita e fixa a Despesa da
Administração Direta do Município para o exercício econômico-financeiro de
1999. Com Anexos I e II.
PROC.
2889/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 036/98, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Departamento Municipal de Água e Esgotos para o exercício econômico-financeiro
de 1999. Com Anexo I.
PROC.
2890/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 037/98, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Departamento Municipal de Limpeza Urbana para o exercício econômico-financeiro
de 1999. Com Anexo I.
PROC.
2891/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/98, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Departamento Municipal de Habitação para o exercício econômico-financeiro de
1999. Com Anexo I.
PROC.
2892/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/98, que estima a Receita e fixa a Despesa da
Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC para o exercício
econômico-financeiro de 1999. Com Anexo
I.
O SR. PRESIDENTE: Faço uma correção a respeito dos dados
que havia fornecido. Hoje é dia da última Pauta Especial, Pauta do Orçamento, e
é o último dia para a entrada de emendas populares; os Vereadores ainda têm
algum prazo na Comissão de Orçamento para colocarem emendas. O prazo final será
dado pelo Relator da Comissão de Finanças e Orçamento. Depois desse prazo,
apenas os Vereadores dessa Comissão é que poderão colocar emendas no Projeto de
Orçamento.
O
Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesse
último momento em que a Câmara de Vereadores tem a oportunidade de fazer o
debate sobre a proposta orçamentária, gostaria de trazer à lembrança alguns
momentos de debates que se fizeram aqui, na Casa. Em primeiro lugar, fazer o
alegre registro de que, na minha concepção, neste ano, o debate do Orçamento
propiciou que os Vereadores debatessem um elemento muito importante, que é a
possibilidade, a obrigação, o dever que o Vereador desta Capital tem de
acompanhar, de fiscalizar todo o processo de montagem dessa proposta que vem
para a Casa.
Faço
este registro porque penso que é um falso dilema dizer que o Orçamento
Participativo é, na realidade, um instrumento de competição com a Câmara de
Vereadores. Pelo contrário, o Orçamento Participativo é um instrumento de
construção da proposta orçamentária que vem para esta Casa e nós, Vereadores,
temos que fiscalizar, temos que acompanhar todo o processo de formação, de
formatação da proposta. Faço este registro para dizer que nós, os trinta e três
Vereadores, temos que acompanhar todas as reuniões das comunidades nas
dezesseis regiões, temos que acompanhar a possibilidade que está se abrindo,
que são as plenárias temáticas. As plenárias temáticas estão possibilitando que
amplos setores da nossa sociedade porto-alegrense possam participar da formação
da proposta orçamentária. No debate deste ano, propiciado pelo Ver. Milton
Zuanazzi e pelo Ver. Pedro Américo Leal, se fez um importante registro: a
Câmara de Vereadores precisa, necessita, sim, acompanhar, fiscalizar todo o
processo do Orçamento Participativo e construir, conjuntamente, com essas
lideranças, com essas comunidades, a possibilidade de apresentar uma proposta
de caráter democrático para a Casa.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Não posso deixar de consignar, vindo de V. Exa., este convite, ou
quase esta tentativa de ordem para que os Vereadores acompanhem as reuniões.
Não temos nada a ver com isso. É um problema do Executivo. Quantas vezes vou
repetir isto, aqui? É orçamento, é uma fase do Executivo. A Câmara aguarda,
apenas, que envie o orçamento. Como ele vem? Quem contribuiu? Não temos nada a
ver com isso. Por favor...
Por favor, V. Exa. não coloque esse tom imperativo, porque os Vereadores nada têm a ver com o Orçamento Participativo.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Vereador, lamento dizer que discordo de
V. Exa. A ampla maioria desta Casa caminha para a visão de que, de fato, a
Câmara, os Vereadores têm que se irmanar nessa proposta participativa da
construção da proposta orçamentária. Vê-se isso nesse processo de debate que
foi feito neste ano.
Gostaria,
também, de destacar que numa Sessão passada foi feita a referência de que o
chamado Orçamento Participativo discute apenas - foi registrado aqui - 3% de
todo investimento que a Prefeitura de Porto Alegre faz. Vou colocar alguns
dados: só o Programa de Pavimentação Comunitária desta Cidade, só este
programa, vai ter orçado 15 milhões. Se formos fazer uma comparação, já estaria
próximo de um índice apresentado aqui. Só um programa de pavimentação. É
interessante fazer o registro de que do conjunto da proposta orçamentária, que
tirou prioridades, a proposta que ficou em primeiro lugar, que é o saneamento
básico - e aí faço o registro de um debate que veio para a Casa hoje, a partir
da intervenção de um colega Vereador - que tem um conjunto de obras que
resgatam a vida do nosso rio, propostas do Guaíba Vive, do Pró-Saneamento. Só
esse programa irá investir quarenta milhões. Se somarmos todas as obras, todos
os investimentos da Cidade, Ver. Pedro Américo Leal, que foram discutidos com a
comunidade, chega-se a um percentual de 21%. Vinte e um por cento das despesas
da Cidade de Porto Alegre foram discutidos com a comunidade.
Eu
gostaria que o Vereador que fez o registro de que o Orçamento Participativo
estaria apenas fazendo o debate sobre 3% do investimento trouxesse aqui os
dados. Estou apresentando aqui um conjunto de dados. Por exemplo, a
contrapartida da Perimetral, que é uma obra destacada no Plano Diretor, mas
debatida e aprovada no orçamento da Cidade, só a contrapartida da Prefeitura é
de 42 milhões. As obras de saneamento, como eu falei, somam 40 milhões; as
obras de pavimentação, 14 milhões. Assim, chegamos a somar um total de 21% das
despesas da Prefeitura, que são debatidas com a comunidade.
Gostaria
de chamar a atenção, no debate sobre o Orçamento, que hoje, pelos nossos
registros na proposta orçamentária, 57% das nossas receitas vêm de recursos
próprios da Cidade de Porto Alegre. A própria população da nossa Cidade, a
partir dos pagamentos de impostos, taxas, sustenta 57% desta Cidade. Portanto,
a discussão, nesta Câmara, sobre a Planta de Valores, sobre a forma como iremos
valorizar a nossa Cidade, é uma discussão muito oportuna.
Da
União e dos Estados recebemos 43% dos recursos. O pacote fiscal apresentado no
Congresso Nacional concentra ainda mais os recursos na União. Se no ano passado
Porto Alegre foi mordida em 40 milhões na dança dos fundos, com a concentração
que está sendo proposta por esse pacote fiscal, vamos perder ainda mais. Perde
o cidadão, que terá menos obras, menos educação e menos saúde. Assim, temos que
ficar alerta, porque esse pacote terá conseqüências drásticas na proposta de
investimentos e crescimento da Cidade.
Outro
registro que quero fazer é sobre a questão das políticas sociais. Em primeiro
lugar, quando a Administração Popular teve, no meu ponto de vista, a coragem de
constituir um órgão de assistência social no Município, a FESC, em uma capital,
onde concentra problemas de todo o Estado, naquele momento a FESC arrancou com
um orçamento de 6 milhões para a assistência social em Porto Alegre. A proposta
que vem para esta Casa contempla um orçamento de 17 milhões para o próximo ano.
São 160% de crescimento na proposta
orçamentária para a assistência social de 1999. Por que eu faço esse destaque?
Porque no inverno houve um intenso debate sobre a ronda social. Como se faz o
atendimento ao morador de rua, ao menino de rua? Se faz com proposta
orçamentária. Espero que nós possamos acompanhar a execução dessa proposta de
17 milhões para que Porto Alegre venha a ter uma política que resgate, que
integre o cidadão. Porto Alegre, através da FESC, está fazendo política de
assistência social e, para tanto, apresenta um orçamento de 17 milhões.
Gostaria
de registrar um tema que se debate, permanentemente, nesta Casa, que é a
questão da saúde. Temos um conjunto de Vereadores que militam de diversas
formas na área da saúde. Eu sou militante comunitário, principalmente na área
da saúde. Participei de vários conselhos locais e municipais na área da saúde e
posso fazer um registro: nos últimos anos não se gastou menos que 14% na área
da saúde, em média. Isso tem conseqüência onde? Onde tem conseqüência essa
média de 14% de gastos anuais com a saúde? Se nós visitarmos as comunidades,
vamos ver que hoje contamos com uma rede básica de 85 unidades de saúde e com
29 programas da saúde da família. São postos diferentes de uma unidade de
saúde, porque são postos que trabalham com a visão de saúde familiar, a equipe
acompanha o doente na sua própria casa. Se nós somarmos isso, vamos sair de uma
situação anterior à municipalização da saúde, em 1996, porque o que tínhamos
funcionando, na Cidade de Porto Alegre, não chegava a 30 serviços de saúde
básicos, e pulamos para 110 serviços de
saúde básica funcionando na cidade de Porto Alegre, isso é um crescimento,
porque está se fazendo política de saúde para tirar o cidadão da fila do
hospital para atendê-lo na sua própria comunidade. Aí estão os 14% que a
Secretaria de Saúde gasta no seu Orçamento em saúde.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Renato Guimarães, eu sempre ouço V. Exa. com muita atenção. Em
absoluto eu posso concordar, porque a
unanimidade da Comissão de Justiça disse que os 13% a serem aplicados são do
Orçamento global da Prefeitura, portanto, são aplicados apenas 10%, esse é o
número certo. V. Exa. sabe que, na semana que passou, a Câmara Municipal Vetou
a Lei Orgânica quando aceitou o Veto na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. João Dib, de fato esse é debate antigo
na Casa. O Vereador tem a compreensão de que todo o dinheiro investido no DMAE
também é saúde, se for assim, podemos concordar. Toda obra de saneamento na
Cidade também é saúde, aí, de fato, nós não gastamos 14%, mas vamos a mais de
25%, porque vamos pegar todas as obras de saneamento feitas pelo DMAE e DEP e
incluir na rubrica de saúde, aí darei razão ao Ver. João Dib. Faço a seguinte
reflexão: na proposta orçamentária do ano passado, nesta Casa, no conjunto das
Emendas apresentadas, na grande maioria das 16 Emendas apresentadas, nós
tivemos 11 Emendas aprovadas. Esta Casa aprovou o conjunto das Emendas as quais
foram acatadas e encaminhadas pelo Executivo Municipal.
Gostaria
de fazer essa referência,
principalmente ao Vereador que preside esta Casa, Ver. Luiz Braz e aos
líderes, porque alguns Vereadores insistem em afirmar que a relação Executivo e
Legislativo é uma autoritária. Gostaria de mostrar esses números, o Ver. Pedro
Américo Leal diz que não, eu concordo com o Vereador, porque numa demonstração
prática, o Executivo faz permanentemente o diálogo com essa Casa, no momento em que manda a proposta
orçamentária para cá e aceita as Emendas, encaminha as emendas. É assim na LDO,
onde tivemos 92 % das emendas aprovadas e aceitas. É assim no Orçamento.
Gostaria,
então, de deixar esse registro: tanto no exemplo da LDO quanto no Orçamento
Participativo, a relação entre Executivo e Legislativo é muito boa porque todas
as propostas que aqui são apresentadas são lá acatadas e trabalhadas. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos cumprimentar, em nome da Casa,
a funcionária Rosa Ângela Fontes, que hoje está completando mais um ano de
vida. Os nossos cumprimentos, os cumprimentos de toda a Casa; tenho a certeza
absoluta de que falo por todos os Vereadores da Casa. (Palmas.)
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de requerer que
logo após a Pauta Especial ingressássemos imediatamente na Ordem do Dia, uma
vez que ainda não conseguimos vencer a etapa do Veto que tranca a continuidade
de inúmeros e importantes projetos que se encontram na Ordem do Dia.
Agradeceria a V. Exa. se este Requerimento fosse, imediatamente, submetido à
apreciação dos meus Pares, para que, tão logo concluíssemos a Pauta,
ingressássemos na Ordem do Dia.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, na mesma linha do
requerido pelo Ver. Isaac Ainhorn, eu solicitaria a V. Exa. que só submetesse
esse Requerimento após ser cumprida a Pauta Especial porque ele, certamente,
vai propiciar discussões, debates e retardar o cumprimento da Pauta Especial,
que é também relevante que seja cumprida no dia de hoje, o 6º dia. Então,
reconhecendo o direito do Ver. Isaac de requerer, só apelo a V. Exa. para que
coloque à apreciação o Requerimento no momento oportuno, na discussão e
deliberação da Casa, após o cumprimento da Pauta Especial.
O SR. PRESIDENTE: Muito bem, Ver. Reginaldo Pujol, será
feito dessa forma, nós vamos terminar a discussão da Pauta Especial e logo em
seguida colocaremos em votação o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir em Pauta
Especial.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Equivocadamente eu tinha me despedido deste assunto, na medida em que eu
acreditava que, cumprido o quinto dia de Pauta, o assunto se esgotaria na sua
fase de discussão preliminar. Estando a matéria, agora sim, efetivamente no seu
derradeiro dia de análise preliminar, me permite que eu retorne ao assunto, até
porque algumas afirmações nossas foram objeto de contestação, quando afirmamos
que o investimento do Município previsto este ano na ordem de 104 milhões, 996
mil e 272 reais só seria passível de influências por parte da ação dos
componentes do conjunto do Conselho e demais instâncias do Orçamento
Participativo, na ordem de apenas 26 milhões de reais, o que representava pouco
menos de 3% do Orçamento do Município. Fizeram-se algumas contestações e eu
quero, até por dever de bem orientar este debate, ratificar - não retificar - essas informações, socorrido, inclusive, com
documentos que o próprio Executivo encaminha a esta Casa, quando da proposta
orçamentária para o ano de 1999, ao falar dos investimentos, Item 2.2.2., onde
diz textualmente o seguinte:
“Do
investimento total as dotações de obras e instalações, em investimento em
regime de execução especial, participam com 91,42%”.
Eu
tinha em nossa Sessão anterior afirmado que o regime de execução especial a que
se referia eufemisticamente o Orçamento, englobava recursos que o Departamento
de Esgotos Pluviais, a Secretaria Municipal de Administração, a Secretaria
Municipal da Fazenda, a Secretaria Municipal de Obras e Viação, a Secretaria
Municipal dos Transportes e a Secretaria Municipal de Saúde dispõem, através de
recursos obtidos pelo Município em função de projetos específicos, sobre os
quais não há possibilidade de que se mude a sua destinação nem sequer se cogite
a sua não-realização, sob pena da perda do recurso. E aí se incluía,
especialmente, a III Perimetral, que, sozinha, compromete 30 milhões de reais;
a construção e pavimentação de vias urbanas, que conta com recurso do Banco
Interamericano de Desenvolvimento e totaliza 14 milhões e 98 mil reais. Esses
itens do chamado Regime de Execução Especial representam 78 milhões de reais.
Isso deixava o residual de 26 milhões de reais, o que daria menos de 3% do
total do Orçamento do Município.
Mas
agora, lendo melhor, eu tenho que fazer uma retificação: é um pouco mais,
porque os investimentos também se destinam, em grande parte, a obras, instalações
e equipamentos que reduzem mais ainda esse total a ser investido, sobre o qual
poderia haver uma ingerência por parte do Conselho do Orçamento Participativo e
nas suas várias instâncias.
Agora,
Sr. Presidente, vêm à tribuna com outra afirmação. Ora, estão desprezando 40
milhões de reais que vão ser utilizados em saneamento e que foram objeto de
consulta popular. Ledo engano! Também aqui nós temos quase a integralidade dos
recursos aludidos como sendo o grande investimento em saneamento, objeto de comprometimento.
Começa que no Departamento de Esgotos Pluviais a quantia mais expressiva é 10
milhões 360 mil reais, que decorrem de recursos do Projeto Pró-Saneamento, que
todos nós sabemos que é um financiamento da Caixa Econômica Federal, objeto de
negociações previamente vinculado a realização de determinadas tarefas, obras e
serviços. De outro lado, o Departamento Municipal de Águas e Esgotos aplica 28
milhões e 205 mil reais, mais especificamente, também em obras vinculadas de
forma absoluta, como é o caso do Projeto Pró-Saneamento de Água, que envolve 7
milhões e 95 mil reais; o Projeto Pró-Saneamento de Esgoto, que envolve, em
financiamento, 9 milhões e 110 mil reais; as obras financiadas pelo Fundo
PIMES, que só na parte do Governo do Estado, do financiamento propriamente
dito, envolve 4 milhões e 700 mil reais e ainda citado da tribuna o Projeto
Pró-Guaíba, recurso do Banco Interamericano de Desenvolvimento que envolve 7
milhões e 300 mil reais. Isso tudo, no DMAE, implica 28 milhões e 205 mil reais
que acrescido aos 10 milhões 360 mil
que o DEP, em recursos vinculados, aplica no Projeto Pró-Saneamento Pluvial,
nós temos, nada mais do que os 39 milhões, quase 40 milhões que foi decantado como sendo recursos sobre os quais os
nossos briosos integrantes do Conselho do Orçamento Participativo tinham
ingerência plena. Ouviram falar desse assunto, certamente foram informados
desse assunto, mas não deliberaram sobre esse assunto.
Então,
Sr. Presidente, o que nós queremos deixar muito claro é que o que mais tem
deformado o processo da gestão participativa em Porto Alegre, essa propaganda
exagerada em torno da qual se registra e se procura dizer que tudo aqui, na
Cidade de Porto Alegre, tem o crivo dessa participação popular que, no nosso
entendimento, é tutelada e perde legitimidade, quando na verdade isso não
ocorre. Nós estamos demonstrando com toda a clareza possível, trazendo números
oficiais, tudo que estou dizendo aqui está escrito nos vários documentos que
embasam não só do Orçamento da Administração Centralizada como do próprio
Departamento Municipal de Água e Esgoto. Esses números demonstram, de forma
claríssima, que a quase totalidade dos investimentos do Município de Porto
Alegre previstos para o ano de 1999 são vinculados previamente e se tornam “imexíveis”
- usando a expressão lançada no vernáculo pátrio pelo sociólogo Magri: “são
imexíveis”.
Eu
tinha, na última Sessão de quarta-feira, feito afirmações em torno de 80%, e
agora vou mais longe e digo que é em torno de 90%, porque mesmo que se saia e
se vá para as Autarquias, e aí o cálculo já não é mais sobre os 893 que eu fiz
anteriormente, e sim sobre o total, esse total que o Município não quer
reconhecer como sendo total da Administração Municipal, ou seja, os acréscimos
dos recursos do DEMAE e do DEMHAB. Os recursos do DEMHAB são em torno de 90%
fruto do pró-moradia que é o financiamento da Caixa Econômica Federal, e com a
maior e a mais expressiva parcela de investimentos do DEMAE que é do
pró-saneamento, recursos, também, oriundos da Caixa Econômica Federal.
O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, os números que a administração
prefeitoral apresentam a esta Casa não expressam uma realidade, porque não
aceita o SUS como receita e despesa que o Tribunal de Contas diz que é.
Continua
com as obras do Orçamento Participativo que a cada ano se executa menos. Este
ano até 31 de agosto, apenas 27% estavam empenhadas e 8% pagas. V. Ex.ª sabe
tão bem quanto eu que os 8% estavam prontos e o resto estavam apenas
empenhados.
E
quando falam na saúde sempre dizem que aplicam 14%, mas a Comissão de Justiça,
por unanimidade, disse que são 13% do orçamento global. E, então, aquele jovem
que eu tenho esperança, Presidente da Comissão de Saúde, diz que saúde e
saneamento também se faz com DMAE que fornece água coleta e esgoto, só que
cobra água, cobra coleta de esgoto, inclusive, de esgoto pluvial. Então, os
números aí não têm sentido, até porque a receita de capital, prevista em 100
milhões de reais, não vai se realizar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Perfeito. Agradeço a V. Ex.ª e até
alerto-o de que, se manusear o Orçamento do Departamento Municipal de Águas e
Esgotos, vai ver que há referências e investimentos na área de saúde.
Entendemos, com toda a segurança, que água é saúde, indiscutivelmente. Só que
isso arrasa por inteiro qualquer possibilidade de se manter essa postura
teimosa e equivocada do Executivo Municipal que, se chocando contra o Tribunal
de Contas e contra a tudo e a todos, continua persistindo com a idéia de
entender que o Orçamento global do Município exclui as autarquias quando, na
verdade, as inclui.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, V. Ex.ª é sempre elegante quando debate
matérias como essa e concede-nos apartes. Eu não quero, de forma enviesada,
utilizar o seu tempo para rebater o Ver. João Dib que desconhece o que é verba
do SUS. Temos investimentos em torno de 21% no Orçamento para o ano que vem e,
desse valor, todo ele foi discutido no Orçamento Participativo. Não vou aqui
fazer loas para chamar a atenção de que, entre outras coisas, a Cidade de Porto
Alegre se encontra hoje num patamar diferenciado das demais capitais deste País
e, de uma forma homogênea, gasta essa estrutura reconhecida mundialmente. V.
Ex.ª tem que fazer o debate político, porque pertence a uma outra facção, mas
sei que de uma forma indireta reconhece os méritos dessa experiência que é
pioneira não só na América Latina, mas mundialmente.
O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço o aparte de V. Ex.ª que
realmente contribui para o desdobramento do meu pronunciamento, porque traz no
seu conteúdo uma tentativa de impugnação das nossas afirmações, sob o pretexto
de que tenhamos uma visão distorcida do chamado Orçamento Participativo. Mais
do que isso, uma má-vontade contra este. Tanto isso não é verdade, que
comungamos com o Ver. João Dib na preocupação pelo descumprimento das
prioridades, das demandas priorizadas pelo Orçamento Participativo dos anos
anteriores. Inclusive, Ver. João Dib, V. Ex.ª que com a experiência de
ex-Prefeito e seu excelente assessoramento, tem buscado corrigir determinadas
situações.
Entendo
que devemos ainda neste Orçamento comprometer o Executivo Municipal nessas
rubricas que ele se dispõe cumprir em relação às demandas do Orçamento
Participativo, por ele decretadas e não respeitadas. Acabam se comprovando as
nossas afirmações de que o Orçamento Participativo é uma boa experiência e deve
não ser tutelada. O Orçamento Participativo tem pouco poder de decisão e é
desrespeitado pelo próprio Executivo da Cidade, que não respeita as suas
demandas. Há demandas de 1993 que ainda não foram sequer iniciadas; temos que
obrigar o Executivo a fazê-lo, pois proclama e decanta os valores do Orçamento
Participativo. Então, tem que respeitá-lo, executando uma a uma as demandas
priorizadas, colocando-as nos planos de investimentos, que nos são sonegados na
discussão do Orçamento, pois o Executivo não quer que conheçamos, de antemão, o
que está escrito nos planos de investimento, até porque está sabendo que coloca
aquilo como referência e acaba não concluindo.
Todos
os anos estão aparecendo várias demandas com atraso, feitas nos fóruns
adequados do Orçamento Participativo e que, lamentavelmente, é desrespeitado
por quem decanta os seus méritos. Quem mais decanta os méritos do Orçamento
Participativo senão a publicidade oficial do Município de Porto Alegre?
Inobstante a tudo isso não respeitam-se as determinações legítimas dos
conselheiros do Orçamento Participativo e das suas diversas instâncias. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra no
período de Pauta Especial.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
natureza, a infelicidade e o infortúnio de algumas pessoas é que elas, Ver.
Paulo Brum, tem a infelicidade de não enxergar, mas normalmente elas tem muita
sensibilidade e ouvem muito. Mas também é uma infelicidade e um infortúnio que
muitas pessoas, que mesmo não sendo desprovidas do dom de enxergar, não querem
enxergar, e pior do que isso, não querem ouvir. Isso é muito ruim. Mas como têm
pessoas aqui nesta Casa que querem fazer um debate sobre o orçamento e ouvem o
que a situação, Partido dos Trabalhadores, que a Administração Popular diz, eu
tenho o prazer de encerrar, por parte da nossa Bancada, um debate que nós
iniciamos algumas sessões atrás, que é a discussão do Orçamento. A nossa
proposta orçamentária tem o privilégio de ter sido discutida com trinta mil
pessoas. Poucos municípios discutem com a população. Discutimos e estamos
seguindo as prioridades que os munícipes nos deram. Saneamento básico,
investimento de 39 milhões de reais. Pavimentação comunitária, a segunda
prioridade, investimento de 14 milhões de reais. Política habitacional, terceira
prioridade, investimento de 13 milhões de reais. São números do orçamento que
estão ai nas mãos de 33 Vereadores. É só ler, é só estudar, é só verificar.
Antes de mais nada, enfatizar que do total da nossa receita, 50,7% correspondem a recursos próprios e, 42,3
à transferência da União e do Estado. Isso que já temos a aplicação do
FEF - Fundo de Estabilização Fiscal -, um profundo golpe contra os municípios,
contra os estados e que nos levaram mais de trinta milhões de reais.
Isso
mostra que temos uma administração eficiente, capaz, séria e honesta, que
arrecada, por exemplo, com o ISSQN, 20% da nossa receita líquida, porque há
fiscalização, porque há controle. Agora, eu pergunto o seguinte: nós que não
temos essa volumosa dívida. Temos dívida com financiamento? Temos. Dívidas que
são pagas regiamente com juros internacionais e não essa vergonha, a submissão
do estado do Rio Grande do Sul à União, em que estão comprometidos 13% da
receita líquida, ou seja, nós estamos para pagar agora nada mais nada menos que
750 milhões no Estado. Por que nós podemos fazer aplicação, Ver. Sebenelo, de
39 milhões em saneamento, 14 milhões em pavimentação e 13 milhões em política
habitacional? Investir quase 22% do nosso Orçamento diretamente em obras?
Porque, para a população de Porto Alegre, abrimos os livros, deixamos a
população interferir, deixamos com que a população fiscalize a própria
municipalidade. Por que nos outros municípios não é assim? Por que no Estado
não é assim? Por que na União não é assim? Aqui estão os números,
resumidamente, no calhamaço que está na mesa ou no gabinete de cada um dos
Senhores.
O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Vereador, eu, realmente, gosto muito de números e duvido que
os 30 mil habitantes desta cidade aprovaram 100 milhões de reais por receita de
capital, que é uma maquiagem a mais feita no Orçamento do município. Neste ano
são 57 milhões, em números redondos, e até 30 de setembro havia se realizado 4
milhões e meio. Isso é maquiagem, como maquiagem também, ou uma coisa fantasma,
os 260 milhões do SUS, que o Tribunal de Contas diz que são receitas e despesas
correntes. Como é que a Prefeitura administra os 260 milhões do SUS se não é no
Orçamento?
O SR. ADELI SELL: Vereador, o dia do cabeleireiro e
maquiador foi ontem. O senhor é engenheiro, e quem entende do assunto de
maquiagem é uma série de pessoas desta cidade.
O Sr. João Dib: Um engenheiro que foi Prefeito.
O SR. ADELI SELL: O senhor foi Prefeito, é engenheiro, mas
maquiagem deixemos aos profissionais.
O Sr. Isaac Ainhorn: Vossa Excelência permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, falando em maquiagem, V. Exa., pela segunda
vez, insiste no número de 22% do orçamento de investimentos.
O SR. ADELI SELL: Exatamente.
O Sr. Isaac Ainhorn: Esse é o total no número de V. Exa.,
porque não é o número do Orçamento. Há pouco, eu tive a informação que o total
dos investimentos do Orçamento correspondem a 16% do Orçamento. Vale dizer mais
uma vez, se admitindo o raciocínio de V. Exa. e de sua Administração de que
todos os investimentos de Porto Alegre passam pelo Orçamento Participativo, e
não seriam 22% a parte de investimentos, mas 16%. Então, nos 16% estão os
pleitos de investimentos de toda a Cidade, inclusive o da III Perimetral que,
até pode ter sido homologado pelos conselheiros do Orçamento Participativo,
mas, o percentual efetivamente em que há a participação da comunidade na
intervenção, direcionando os investimentos como pavimentação comunitária e
outros investimentos de que ela participa, não chega à metade do valor dos
investimentos.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Com certeza, Ver. Adeli, é despiciendo fazer esses esclarecimentos,
pois seu pronunciamento é de clareza solar. Mas é preciso que algumas pessoas
aprendam algumas operações algébricas, aritméticas, ainda de admissão que, por
certo, tenham feito, para que somando os orçamentos da administração direta e
indireta, verifiquem que o total chega a oitocentos e vinte e nove milhões,
sessenta e três mil e sessenta e dois reais, e que 21,05% correspondem a cento
e setenta e quatro milhões, quinhentos e trinta mil, quatrocentos e sessenta e
nove reais. Portanto, V. Exa. está absolutamente correto. É preciso que algumas
pessoas voltem a fazer o seu curso de admissão.
O SR. ADELI SELL: O Vereador, nobre colega João Dib é
engenheiro, o Ver. Isaac Ainhorn é advogado e eu sou professor de inglês. Mas
todos nós, até antes de entrarmos na escola, tenho certeza de que as nossas
avós nos ensinaram algumas coisas de aritmética - a soma dos números - que
gostaria de apresentar à municipalidade de Porto Alegre. Quais são os nossos
principais investimentos? Na III Perimetral, 42 milhões, em números redondos.
Construção e pavimentação de vias urbanas - verbas da SMOV – 14 milhões, em
números redondos. Pró-saneamento, dez milhões. Corredor norte-nordeste,
5milhões e novecentos mil. Alargamento
da Av. Bento Gonçalves, 4 milhões. Modernização administrativa - Ver. João
Nedel - estamos aplicando o dinheiro, sim, 1 milhão. V. Exa. reclamava e dizia
que era preciso aperfeiçoar a questão da máquina pública. Aqui estão os
números: ampliação do HPS: 711 mil. Quanto à pista de eventos estamos
trabalhando para termos um local e vamos aplicar 700 mil reais. Modernização
fiscal: 535 mil que é uma demanda justa.
Este
Vereador de situação sempre disse que era importante modernizar a Secretaria da
Fazenda. O nosso GAPLAN, a nossa máquina pública, estão aqui os investimentos.
Em dois investimentos dá mais de um milhão e meio para que o contribuinte tenha
melhor atendimento na Prefeitura de Porto Alegre. No parque de eventos aqui ao
lado, um investimento de 400 mil reais. São alguns números. Quem aprendeu
aritmética na escola, no primário, sabe o que são números e sabe o que é soma.
Este é o meu depoimento. Encerro esta contribuição da Bancada do Partido dos
Trabalhadores neste debate.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, aos cinco anos eu era e ainda continuo sendo
bom em soma, mas não consigo entender como é que se movimenta verbas públicas
sem que elas sejam despesa e receita corrente, sem que elas sejam orçamentárias
como é o caso do SUS. Então, todos os números que V. Exa. colocou são aqueles
que o empréstimo do BIRD, que veio errado - eu sei tanto de soma que ajudei a
somar -, porque essa soma estava errada para aprovar os 154 milhões de
empréstimo, em contra partida eu tive de ajudar a somar. Por isso que V. Exa.
está colocando números, inclusive doze ou quatorze milhões da SMOV é parte dos
21 milhões de empréstimo. É verba orçamentária, como também é verba
orçamentária a receita e despesa do SUS e aí reduziria o percentual de obra.
O SR. ADELI SELL: A Prefeitura está regiamente honrando
todos os empréstimos, não rola dívidas, diferentemente de outros estados,
inclusive o nosso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
vamos fazer uma abordagem, dentro da proposta orçamentária para alguns
segmentos que, durante estas quatro Sessões, não foram ventilados como, por
exemplo, a verba da Secretaria de Esporte, Recreação e Lazer.
Em
1997, o percentual da Secretaria Municipal de Esporte, Recreação e Lazer era de
0,57%. A proposta orçamentária para o ano de 1998 passou para 0,51%. E a
proposta orçamentária para 1999 é de 0,49%. Ou seja, está previsto para o
Orçamento do próximo ano, para a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e
Recreação, uma verba de três milhões, cento e seis mil, novecentos e sessenta e
sete reais. Só que, deste total, dois milhões, trezentos e vinte e três mil e
trezentos reais são para custo de pessoal. A Secretaria Municipal de Esporte,
proporcionalmente, tem o maior gasto em termos de pessoal: 74,7% do seu
orçamento está previsto com pessoal. O que estará sobrando para investimento e
execução dos seus projetos será um total de setecentos e oitenta e três mil,
seiscentos e sessenta e sete reais, ou seja, aproximadamente, sessenta e cinco
mil reais ao mês. Este é um questionamento que temos feito, porque gostaríamos
de ouvir, por parte do Executivo, o que está acontecendo que a cada ano está
enxugando a verba de um segmento que nós julgamos bastante importante.
Para
se ter uma idéia, de 97 para 99, esses 0,8%, que foram retirados do esporte,
eqüivale, hoje, a setecentos e doze mil. E está previsto, para 99, setecentos e
oitenta e três mil, ou seja, basicamente está-se retirando igual valor ao que
se tem hoje. Então, eu pergunto, cuidar de todo o esporte do Município de Porto
Alegre, seus parques, suas praças, todos os seus projetos que, hoje, atende
milhares de pessoas, com 65 mil reais, tendo que comprar equipamentos, eu
gostaria de saber de onde está saindo parte do dinheiro, porque, com isso aqui,
eu tenho certeza de que o Município vai ter dificuldade.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador Garcia, eles vão explicar o esporte fazendo ginástica com
mais de dez milhões de gastos em publicidade. E aí dizem que está tudo bem, que
está tudo correndo uniformemente, corações acelerados, pulsos regulares, essa
coisa toda. A publicidade explica tudo depois.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: É uma visão que o senhor está tendo. Nós
entendemos que a publicidade deve ser feita e que está sendo bem-feita, mas
entendemos também que o desporto merece uma atenção especial. Eu não quero
dizer, Ver. João Dib, que parte desse dinheiro tenha que sair da publicidade.
Eu penso que o Executivo teria que redimensionar, mas que esse segmento que nós
julgamos importante deve ser aquinhoado com outro valor.
Nós
fizemos o mesmo exercício para a Secretaria Municipal de Cultura, para a qual
está prevista uma verba de R$ 10.396.248,00., correspondendo a 1,65% do
Orçamento. Só que o custo de pessoal da Secretaria Municipal de Cultura é de
42,1%. Então, do total de R$ 10.000.000,00, R$ 4.200.000,00 é para pessoal.
Sobram, então, recursos de aproximadamente R$ 6.000.000,00. Isso significa
1.000% do que é destinado, só em investimento, ao desporto. E nós julgamos que
ambas as manifestações - cultural e
desportiva - mereceriam grande tratamento.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Exa. está levantando os setores mais esquecidos e injustiçados
no Orçamento. Eu gostaria de lhe lembrar também que o turismo, inclusive, faz
parte de toda uma estrutura esportiva. O turismo foi aquinhoado com R$
80.000,00 para pagamento de funcionários, só e exclusivamente. Os atuais
ocupantes da Prefeitura Municipal odeiam turismo, odeiam turistas, não pensam
em desenvolver turismo, uma das grandes fontes de resgate do grave problema de
desemprego. V. Exa. está falando sobre a imensa dificuldade que o esporte
sofre. Veja que o esporte é um investimento magnífico que aproxima pessoas, que
pacifica, que retira as pessoas da droga. Essas atividades não são
privilegiadas pela Prefeitura. O turismo resgata, em muito, o problema do
desemprego e, mais do que isso, atrai pessoas, confraterniza os povos e isso
não serve como argumento para convencer as pessoas de que, talvez um dia, ao
invés de apenas se extinguir a EPATUR, tenhamos uma Secretaria Municipal de
Turismo.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Nós, como membros da Comissão de Cultura,
Desporto e Educação, resolvemos trabalhar em cima dessas áreas. Também estamos
preocupados porque a Secretaria Municipal de Educação e Cultura vai receber uma
verba de R$ 136.273.323,00 - mas está previsto na Lei Orgânica do Município,
art. 83, que o Município tem que investir 30% e, segundo os nossos cálculos,
com essa estimativa, o município de Porto Alegre estaria investindo 21,57%.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Vereador, neste
caso da Lei Orgânica e da Educação, o Município está colocando no orçamento um
percentual correto de 32%, mas na realização, se é que aconteceu nos anos
anteriores, vai chegar a 21, 24, 25% e nunca nos 30%, mas não é sobre o total
do orçamento e sim sobre impostos.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Obrigado pela contribuição. Era esse
justamente o nosso questionamento em função de ter constatado um percentual de
21,57%.
Gostaríamos
de fazer uma colocação quanto à FESC, que, hoje, tem uma receita de 17 milhões e
temos debatido, desde o início do nosso mandato, e aproveitamos a discussão do
Orçamento para trazer à pauta essa nossa reivindicação. Não concebemos que no município de Porto
Alegre as melhores instalações esportivas ainda continuam com a FESC, ou seja, os centros comunitários que têm as melhores
instalações, tais como: ginásio, pista e campo de futebol, piscinas. No nosso
entendimento essas instalações, que são as melhores do Município, deveriam
estar contempladas na Secretaria Municipal de Esporte, ainda continuam
vinculados à FESC.
Gostaríamos
de ouvir a nobre Líder do PT, Vera. Maria do Rosário que, desde o ano passado,
nos acompanha nessa discussão e gostaríamos de continuar com essa negociação,
porque temos certeza de que o município de Porto Alegre tem muito a ganhar com
essa transferência logística das instalações da FESC para a Secretaria
Municipal de Esporte e logicamente, também parte do repasse financeiro para a
manutenção e sustentação desse manancial esportivo que entendemos da mais alta qualidade.
Temos certeza que, a partir do próximo ano, com uma parceria entre o Governo do
Estado e o Município, cada vez mais, essas políticas públicas terão uma
afinidade, e quem vai lucrar com isso não será somente a população de Porto
Alegre, mas a população do Estado do Rio Grande do Sul. Esta foi a nossa
pequena contribuição, pequeno estudo, especificamente, em cima da área do
desporto, lazer e recreação, cultura e educação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando que
entremos, imediatamente, na Ordem do Dia. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com
o voto contrário do Ver. Carlos Alberto Garcia.
Com
a palavra a Vera. Maria do Rosário para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, estamos acompanhando, a partir da Câmara Municipal de Porto Alegre
e com o olhar muito atento às movimentações que se fazem sentir na nossa Cidade
e que, enfim, tem nome sempre pomposo, muito articulado, trabalhado, certamente
pelos “marqueteiros” que não faltam na defesa dos projetos do neoliberalismo e
que agora se chama de “ajuste fiscal” e que, mais ainda, chega ao absurdo, de
ontem para hoje, observarmos entre as medidas assinadas pelo Governo Federal e
através de Medida Provisória, um processo que diz enfrentar o desemprego
criando a chamada “demissão temporária”.
É
colocada muito bem a crítica do presidente da Central Única dos Trabalhadores
Xico Vicente e também a do Vicentinho, em nível nacional, quando apontam que
não é possível entender como, em meio a medidas absolutamente recessivas, o
Governo diz enfrentar o desemprego utilizando-se justamente de uma medida que
cria mais desemprego, a “demissão temporária” que, em maior medida ainda,
precariza as relações de trabalho e coloca os trabalhadores numa situação de
maior instabilidade.
Está
claro que as medidas que estão sendo analisadas, no plano federal, são medidas
recessivas, são medidas a partir de uma lógica de crescimento negativo para o
País e o crescimento negativo da economia brasileira se dá, em especial,
penalizando os trabalhadores, aqueles que já estão desempregados, pois o
Governo Federal assume publicamente que os trabalhadores estão há mais de doze
meses procurando emprego. A ampliação
do seguro desemprego já estabelece claramente: é uma confissão do crime.
Este
Governo espalhou pelas cidades brasileiras cartazes com o rosto do atual Presidente da República,
que não teve a capacidade de dias antes do primeiro turno ou mesmo durante o
primeiro turno das eleições, apresentar claramente à população brasileira qual
o caminho que se avizinhava para o Brasil, de ampliação da crise econômica, de
submissão da economia nacional aos interesses do Banco Mundial e do Fundo
Monetário Internacional.
Sem
dúvida, Srs. Vereadores, a cartilha pela qual se cumprem as políticas e a
política econômica do Brasil com as altas taxas de juros é a responsável pela
crise que todos nós vivemos, a crise que fecha empresas, que leva à bancarrota
milhares de pequenas e médias empresas, que leva os trabalhadores a uma
situação de desespero absoluto. A confissão do crime daqueles que escreviam,
antes das eleições, que quem debelou a inflação, quem enfrentou a inflação
enfrentará o desemprego. Todos nós sabemos que o Plano Real, se trouxe, de um
lado, a estabilidade monetária, não financeira, de outro lado, trouxe uma crise absoluta e uma
instabilidade que está sendo vivida em cada lugar, especialmente aqui me refiro
à pesquisa de emprego e desemprego coordenada pela Fundação de Economia e
Estatística do Estado e pelo DIEESE que apontam mais de 260 mil desempregados
na região metropolitana de Porto Alegre.
Ora,
Srs. Vereadores, fica aqui a crítica clara de quem não aceita a Reforma da
Previdência nos planos e projetos aqui apresentados e que estão sendo votados
nos dias de hoje e que não aceita que, mais uma vez, se tenha cometido contra o
povo brasileiro um estelionato eleitoral e o alerta ao qual certamente todos
nós como Vereadores precisamos estar atentos: que os nossos municípios, em
particular, Porto Alegre, sofre, sobremaneira, com esse chamado ajuste fiscal,
que nós preferimos chamar de arrocho e maior desemprego. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Peço que as Lideranças se inscrevam
antecipadamente para que possamos dar uma definição a nossa Sessão.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
procede, e muito, a preocupação aqui levantada pela Vera. Maria do Rosário, que
revela a situação crítica em que vive hoje o nosso País, e no nosso Rio Grande
do Sul se expressa através do dramático problema do desemprego. Dramático
problema que atinge, numa população de três milhões e trezentos mil habitantes
da Região Metropolitana, a quase trezentos mil desempregados. Se excluirmos as
crianças e os aposentados, os inativos, e considerarmos apenas e tão somente a
população em atividade, em pleno desenvolvimento produtivo, veremos, Ver. Pedro
Américo Leal, que os números atingem a quase um quarto de desempregados da
população produtivamente ativa da Região Metropolitana da Cidade de Porto
Alegre.
O
desemprego é o grande espectro que atinge o nosso País e também, diretamente, o
nosso Estado, que por suas peculiaridades, pelo perfil do nosso Estado que foi
e que é, uma economia que tem a sua base na atividade da agricultura e da
pecuária, vamos constatar o sofrimento e o sacrifício por que passa a população
do Rio Grande do Sul.
Os
resultados estão aí, a repercussão está aí, nos resultados do segundo turno que
deram vitória à oposição, num “não” à política do Governo Federal, sobretudo um
“não” a essa política que implanta o arrocho e que implanta recessão, e que nós
sabemos muito bem, que tem um endereço certo. E mais, ainda, havia uma
expectativa de medidas que seriam tomadas, mas nenhuma dessas medidas foram
tomadas, embora anunciadas “à boca pequena”, todas essas medidas e iniciativas
estão sofrendo um processo de encaminhamento a partir do segundo turno das
eleições. E mesmo assim a oposição foi altamente vitoriosa no segundo turno,
embora não anunciada as medidas em nível federal antes das eleições do dia 25
de novembro. Vejam V. Ex.as a vitória de Olívio Dutra e de Anthony
Garotinho. Eu diria mais: a própria vitória do candidato Mário Covas em São
Paulo e do alinhamento das posições do Governador Mário Covas, que procura
construir uma relação de governabilidade dentro de seu Estado e que se
frontaliza totalmente em oposição aos setores mais retrógrados e conservadores
da sociedade brasileira, e que eram representados, no Estado de São Paulo, pela
figura do senhor Paulo Maluf, que representa o perfil típico da direita mais
conservadora, mais reacionária. Numa reviravolta, foi vitorioso o homem que
podemos até alinhá-lo num perfil de centro-esquerda e desenhá-lo numa posição
muito sem afinidade com o seu companheiro de Partido, que é o Presidente da
República, Fernando Henrique Cardoso, bem como a vitória também altamente
significativa do ex-Presidente da República, Sr. Itamar Franco, em Minas
Gerais, que foi também uma derrota para o Governo Federal.
Comunico
ao conjunto dos trinta e três Vereadores da Casa o trabalho importante que foi
retomado, hoje, pela Comissão Especial
que analisa e avalia o Plano Diretor num esforço de ver votada essa matéria,
que pode também se constituir em Porto Alegre num mecanismo anti-recessivo na
realidade da Cidade de Porto Alegre, que é a disposição de ver votado até o final
do ano o Plano Diretor. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais nenhum Vereador inscrito
em Comunicação de Líder, solicito ao Ver. Juarez Pinheiro que proceda a chamada
nominal para a entrada na Ordem do Dia.
Havendo
quórum passamos à
PROC.
1798/98 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/98, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 1999 e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela manutenção do Veto Parcial;
-
da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, maioria absoluta de
votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- discutiram a matéria os
Vereadores: L. Braz, J. Dib e P. A. Leal;
- na sessão de 26 do corrente, foram
votados Vetos parciais referentes ao inciso VI do Art. 16 e ao parágrafo único do Art. 11. A sessão
encerrou-se quando da apreciação do Veto parcial ao Art. 1º, tendo encaminhado
a matéria o Ver. J. Dib.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.
O SR. PRESIDENTE: Na Ordem do Dia, o Veto Parcial ao PLE nº
017/98. Foram votados até agora os seguintes destaques: inciso 6º, do art. 16,
Isonomia entre Servidores. Foi acatado o Veto; Parágrafo único do art. 11,
Gastos com Saúde. O Veto também foi acatado. Agora estamos na votação do art.
1º. Prazo para remessa do Plano de Investimento.
De
acordo com o que já foi esclarecido em Sessão passada, nós vamos votar todo o art. 1º, de acordo com parecer que
recebemos da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Em votação o art. 1º,
do PLE nº 017/98.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
embora reconhecendo que o teor do artigo já está prejudicado pela decorrência
de tempo, o prazo já está ultrapassado, porque pela redação do texto do artigo,
nós tínhamos o prazo de 3 de novembro, que foi exatamente ontem. Portanto, está
prejudicado a discussão do mérito, digamos assim, da matéria. Eu sou cioso, Sr.
Presidente, das questões formais, até porque elas podem criar precedentes que
podem se tornar perigosos para a Casa.
Eu
quero, em primeiro lugar, parabenizar a Comissão de Constituição Justiça porque
eu acho que o parecer responde exatamente a uma questão que levantei. Mas, Sr.
Presidente, há uma segunda questão que foi levantada na minha questão de ordem
- permita-me, Ver. Elói Guimarães, como Presidente da Comissão -, que acabou
não-avaliada pela Comissão. Como a matéria em si é vencida, mas não a questão
teórica, eu queria, Sr. Presidente, manter a Questão de Ordem, evidentemente,
sem efeito suspensivo, porque não tem mais efeito, que é a seguinte: “caberia
ao Prefeito fazer uma interpretação fora do prazo”, porque, na verdade, quando
esta Casa resolveu devolver o Projeto ao Prefeito Municipal e ele interpretou
como extensivo a todo o artigo o Veto que era a uma parte, o que não poderia
ter ocorrido, conforme a Comissão de Constituição e Justiça reconhece, agora,
ele o fez, fora de prazo. O entendimento deste Vereador, que não é jurista, é
que na verdade ele teria perdido o poder de Veto, ou seja, o Veto de fato não
existiria, e acho, particularmente, que V. Ex.ª tem o mesmo entendimento que
eu. Quer dizer, eu não quero entrar no mérito, o que eu gostaria é que a
Comissão de Constituição e Justiça se manifestasse também sobre essa questão,
não mais para viger sobre esse artigo ou esse Projeto especificamente, porque,
na verdade, está ultrapassada, mas que se manifestasse formalmente para que, em
futuras situações, nós tenhamos já uma decisão prévia da Comissão de
Constituição e Justiça. Então essa é a minha questão de ordem, Sr. Presidente,
não susta nada, não está questionando nada, apenas pede que a Comissão de
Justiça, a quem cabe a manifestação nesses caso, dê a sua posição sobre essa
questão.
O SR. PRESIDENTE: Na opinião desta Presidência, V. Ex.ª
tem razão nesta preocupação, Ver. Antonio Hohlfeldt. Sou vencido por este
Parecer da Comissão de Constituição e Justiça porque apenas presido a Casa, mas
não sou maior do que as instâncias da Casa. As instâncias da Casa têm de ser
consultadas, a Comissão de Constituição e Justiça deu o seu Parecer, nós temos
que acatar, e acatamos, o Parecer da Comissão.
Fomos
até a Procuradora da Casa e indagamos sobre qual seria o procedimento. E,
apenas em, resposta a V. Ex.ª, muito embora não esteja no Processo, mas apenas
para contemplar a preocupação de V. Ex.ª a nossa Procuradora nos indicou que o
caminho seria votar e, se o Plenário chegasse a essa conclusão, derrubar o
Veto. Mas não restaria um outro caminho a este Plenário, para que assim fosse
deliberado. Como V. Ex.ª sabe, depois das ações deste Plenário, a dúvida cabe
ser dirimida no Judiciário.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Por isso mesmo, Sr. Presidente, sem
querer discutir com V. Ex.ª, é que gostaria de ter a posição da Comissão de
Justiça. Na verdade, naquela ocasião eu levantei duas Questões de Ordem, e a
Comissão de Justiça se pronunciou sobre uma, silenciando sobre a segunda
questão. Gostaria de ter a possibilidade - e não tenho a mínima idéia sobre
qual será a posição da Comissão de Justiça, portanto, estou tranqüilo em
relação a esta situação - de ter a posição da Comissão de Justiça sobre a
segunda questão, se caberia fazer, o Prefeito, a correção, estendendo o Veto da
parte ao todo, a posteriori, portanto, fora de prazo. A minha intenção é
exatamente, após esta decisão, tomar o encaminhamento do Judiciário. Agora,
para isso, é fundamental, e acho que é um direito meu como Vereador, e, por
isso, requeiro a V. Ex.ª a possibilidade de ter ciência nos autos, sobre essa
posição, para poder fazer a representação necessária.
O SR. PRESIDENTE: Como é um Requerimento já votado pelo
Plenário não preciso colocá-lo em votação novamente. Peço ao Ver. Elói
Guimarães, Presidente da Comissão de Justiça, aqui presente, que retomasse a
matéria, porque não tem efeito suspensivo e formulasse o parecer da Comissão, a
fim de que o Ver. Antonio Hohlfeldt pudesse ser contemplado em sua Questão de
Ordem.
Em
votação o art. 1º, do PLE nº 017/98.
Para encaminhar pelo PSDB tem a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Faço
questão de fazer o encaminhamento, não apenas porque a Emenda original é de
minha autoria, porque, uma vez aprovada, evidentemente ela se torna da Casa e
não mais de um Vereador, individualmente considerado, mas porque quero, em
primeiro lugar, deixar registrado aqui todo o processo que cercou esta votação.
É a quarta ou quinta vez que esta Casa, ao votar a LDO, tem incluída no seu
texto uma Emenda deste teor. Em anos anteriores foi o Ver. Airto Ferronato que
fazia esta Emenda, com o apoio do Plenário da Casa, e ela era sistematicamente
vetada pelo Executivo Municipal, ao tempo do Prefeito Tarso Genro e, agora, ao
tempo do Prefeito Raul Pont. Com a saída do Ver. Airto Ferronato desta Casa, eu
decidi assumir a Emenda como tal. Eu entendo que é do direito desta Casa
receber os projetos de aplicação orçamentária, assim como o Partido dos
Trabalhadores gosta - e aliás é atendido - de exigir isso do governo do Estado
e do governo federal.
Quero
lembrar a todos os Vereadores que nós já temos uma lei aprovada, com Veto
derrubado, em relação à obrigatoriedade do Executivo em enviar a esta Casa uma
série de projetos dentro de determinadas normas. Curiosamente, o Executivo que,
pelo que eu saiba, até agora não contestou o projeto na Justiça, tem
descumprido este projeto permanentemente. E é por isso, Sr. Presidente, que eu
pretendo juntar as duas matérias - porque na verdade é uma matéria só -: a
específica dessa LDO em relação ao prazo, e a geral em relação às definições de
todos os orçamentos por parte do Executivo e do Legislativo, para verificar o
pronunciamento do Judiciário em relação a se eu, particularmente, e o
Legislativo no geral, que aprovou essas leis, temos razão ou a razão está com o
Executivo. Ele não tem que respeitar o Legislativo, ele tem que dar
preeminência ao segmento que, embora legal, embora institucionalizado, ao menos
do ponto de vista do Executivo, ele é do Executivo e não pode ser colocado, em
hipótese alguma, em confronto com o Legislativo, diminuindo o papel do
Legislativo como permanentemente a Administração Municipal o faz.
Neste
caso mais grave, o Sr. Prefeito Municipal, assim entendo, cometeu um erro
jurídico graças à má assessoria. O Prefeito vetou como não podia vetar. Está
explícito na nossa Lei Orgânica que não cabe Veto à parte de texto, de
parágrafo, de inciso, de artigo.
Verificado
o erro pelo Ver. João Dib, buscada a orientação da Comissão de Justiça desta
Casa, presidida pelo Ver. Elói Guimarães, a Comissão foi taxativa até em
relação aos Vereadores do partido da situação. Havia um erro. Só que a
verificação e o reconhecimento desse erro ocorreu fora do prazo legal, em que
caberia haver ou não o Veto. Entendeu a Casa, de qualquer forma, de consultar o
Prefeito qual seria a sua interpretação. É evidente que não querendo ter o
lance de humildade de reconhecer o erro, o Prefeito pretendeu estendê-lo, ou
seja, estendeu o Veto a todo o artigo.
Entendeu
esta Casa na Comissão de Justiça, mais uma vez, que era este o entendimento correto. A questão remanescente, Sr.
Presidente, e por isso minha Questão de Ordem dirigida ao Vereador-Presidente e
ao Ver. Elói Guimarães, Presidente da Comissão, é se extemporaneamente caberia
ou não essa extensão. Como disse, eu não tenho formação jurídica, mas dezesseis
anos de experiência nesta Casa me indicam que o Prefeito laborou em erro. E o
que nós estamos a votar não deveria ser votado, porque não é matéria de
votação, pois o Executivo perdeu o prazo de fazer o Veto. Aqui é a questão
formal à qual eu quero me ater, porque é nesse sentido que eu pretendo ir do
ponto de vista de uma representação do Judiciário e do ponto de vista de
mérito, no entanto, quero deixar registrado que uma vez mais o Executivo
Municipal faz o seu jogo tentando jogar esta Casa contra o Orçamento
Participativo e vice-versa.
Eu
quero deixar registrado isto, porque na história, ao longo dos anos, saberemos
entender qual foi o objetivo desse processo. Lamentar, mais uma vez, o
desrespeito a esta Casa, e embora sabendo que até mesmo a derrubada do Veto não
tem resultado prático, o prazo foi ultrapassado no dia de ontem, manter a nossa
posição favorável à redação do projeto do artigo 1º, tal como temos redigido, e
lamentar que não possamos mostrar claramente, com a derrubada do Veto do artigo
1º, a excrescência, porque teríamos produzido uma Lei sem cabeça, Ver. José
Valdir, se tivéssemos derrubado todo o teor do Veto do artigo 1º. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Eu gostaria de registrar que todas as
Bancadas poderão refazer os seus encaminhamentos, já que aquela votação foi
nula por falta de quórum. Portanto, todas as Bancadas, hoje, poderão fazer,
novamente, seus encaminhamentos.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Penso
que ética e moralmente esta Casa não deveria nem considerar a mensagem
prefeitural. Todos nós, inclusive o Prefeito, juramos, no dia 1º de janeiro de
1997, cumprir a Lei Orgânica. A Lei Orgânica é clara, precisa e concisa: “Cabe ao Prefeito julgar o projeto no seu
todo ou, em parte, inconstitucional, inorgânico ou contrário ao interesse
público, vetá-lo-á total ou parcialmente dentro de quinze dias úteis, contados
daquele que o recebeu, devolvendo o projeto com a parte vetada ao Presidente da
Câmara Municipal, dentro de quarenta e oito horas”.
“Parágrafo
2º: O Veto parcial deverá abranger o
texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea”. Não é esse o
caso. O Prefeito, usando de um subterfúgio, vetou parcialmente o que ele não
poderia vetar, portanto, não existe Veto, não há o que discutir. Agora, me leva
a pensar que o Prefeito é bem assessorado. No caso do art. 1º,
sub-repticiamente, ele retirou uma frase e não colocou “vetado”, o que seria
até para dizer: “Olha, vetei errado, mas vetei. Estou mostrando que vetei”. Mas
eles sabem bem o que fazem, são bem pagos os Procuradores do Município, e têm
dois pesos e duas medidas.
No
próximo artigo que foi vetado, ele não usou dois pesos e duas medidas, não usou
subterfúgios, não foi sub-repticiamente retirando uma frase. Ele, simplesmente,
vetou o artigo todo, porque eu também havia emendado o art. 14 que diz: “A
admissão de servidores na Administração Pública Municipal será efetivada
conforme o que dispõe o art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre”:
E eu acrescentei: “e as cartas-contrato somente serão admitidas nos casos e
prazos previstos no Inciso 4º do art. 24, da Lei nº 8.666, de 24 de junho de
1993”. E ele não vetou uma parte, ele vetou até o que ele tinha proposto, ele
vetou tudo.
Então,
isso me leva a pensar que nós não devemos considerar o Veto do Prefeito. Ele
não vetou nada, o Dr. Raul Jorge, porque ele não podia vetar, e aquele ofício
que ele mandou, de brincadeirinha sim, é um desrespeito ao Legislativo,
desrespeito à Lei Orgânica, quando ele diz: “se quiserem vetem o artigo todo”.
Art. 1º e art. 14 da mesma Lei de Diretrizes Orçamentárias. Num, ele vetou
todo, para não vetar apenas o que foi acrescido; no outro, ele sub-repticiamente
vetou o que lhe interessava. Ele não quer mostrar a Cidade de Porto Alegre, ao
Legislativo que obras são preconizadas dentro do Orçamento Participativo. Ele
não quer mostrar e o Dr. Ubiratan declarou que 52% das obras de 1997, que foram
previstas em 1996, não foram realizadas. Ele não quer mostrar que, até 30 de
agosto, apenas 27% das obras do Orçamento Participativo estavam empenhadas, 8%
apenas pagas, o que significa que só 8% estavam prontas, as outras podem estar
empenhadas, não iniciadas, não continuadas e tudo pode acontecer com elas. Ele
não quer que a Câmara Municipal saiba! Ele não quer que a representação unânime
do povo de Porto Alegre fique sabendo o que acontece.
Nós
temos responsabilidade por toda esta Cidade. Nós temos responsabilidade pelas
obras que não acontecem, pelas obras que deveriam ser programadas, projetadas e
executadas. A Cidade cresce e nós temos responsabilidade sobre esse
crescimento. Durante dez anos nós reclamamos a III Perimetral, é por isso que
ele não quer que se saiba o que está acontecendo. Agora, esta Casa ética e
moralmente deve desconhecer o Veto do prefeito e por unanimidade rejeitar a
pretensão do Prefeito de vetar um artigo que ele não pode vetar pela Lei
Orgânica ou então o nosso juramento não valeu nada. Foi mais um juramento. Mas,
no Rio Grande do Sul, onde o juramento vale tanto quanto a vida, a honra vale
mais do que a vida, eu acredito que por unanimidade, ainda que não produza
frutos, nós vamos rejeitar a pretensão de S. Ex.ª o Sr. Prefeito, Raul Jorge
Anglada Pont. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está em
encaminhamento de votação o Veto do Sr. Prefeito Municipal, que, inicialmente,
pretendia dirigir-se à expressão final do art. 1º da Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
Inicialmente,
de uma forma um tanto oblíqua, o Sr. Prefeito pretendia tão somente - pelo
menos esse era o entendimento da Casa - vetar a expressão “e até 30 de novembro
do corrente ano, o Plano de Investimento de 1999”.
Essa
matéria foi objeto de discussão ampla por parte da Comissão de Justiça. A
Comissão de Justiça tem posições divergentes entre seus integrantes, cada um
enfocando de uma forma ou outra. Nesse episódio, a minha opinião e a do Ver.
Juarez Pinheiro eram divergentes, mas nós chegamos a uma composição no sentido
de que, diante de um quadro criado, bastante atípico, numa espécie de
diligência possível de ser solicitada pela nossa Comissão de Justiça, nós
buscaríamos do Sr. Prefeito Municipal um esclarecimento de qual era a sua
efetiva pretensão com relação ao Veto. O Sr. Prefeito Municipal nos mandou uma
informação dizendo que, se fosse necessário, fosse entendido como Veto integral
ao art. 1º. Nós informamos à Casa de que o Veto se destina a todo o art. 1º do
Projeto de Lei 17/98, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 1999.
Nessas
condições nós temos, agora, uma situação da seguinte ordem: ficamos com tudo ou
nada. Ou se acolhe o Veto do Sr. Prefeito e desaparece da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, todo o seu art. 1º ou não se acolhe o Veto e se mantém toda a
expressão, tudo o que está contido no art. 1º. Não há outra alternativa; é essa
a situação.
Pessoalmente,
mesmo quando esse assunto foi polemizado ao extremo, eu procurei me pautar pela
maior isenção para ter autoridade de dizer, nesta hora, que a Casa não pode,
por uma questão de bom senso, acolher esse Veto, porque assim ela irá aleijar a
Lei de Diretrizes Orçamentárias, ele vai mutilá-la de forma completa, porque
retirando o art. 1º, o restante da Lei não tem razão de existir. O art. 1º,
inclusive, dá o horizonte da Lei, identifica-a. Se há uma inconformidade do Sr.
Prefeito Municipal com isso que foi aprovado pela Casa, essa inconformidade
pode ser política, pode ser estratégica, pode ser de qualquer natureza, mas
expressa pela forma do voto, ela aleija de forma mortal a Lei aprovada.
Nós
passaremos a ter uma Lei que não dirá a que veio. Nós temos vários artigos
nessa Lei, menos o 1º, que diz o objetivo da Lei, que dispõe sobre as
diretrizes orçamentárias para 1999. O Prefeito diz, com o acréscimo motivado
por uma Emenda, aprovada pela Casa: “O Executivo Municipal encaminhará ao
Legislativo, até o dia 30 de setembro do corrente ano, Projeto de Lei de
Orçamentos anuais previstos no art. 117 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre. Observando o disposto no art. 118, do mesmo diploma legal, e até 3 de
novembro do corrente ano, o Plano de Investimento para 1999. O Prefeito não
quer mandar para Casa o Plano de Investimento. Não precisa mais mandar, já
passou o dia 3 de novembro. Mas pelo amor de Deus, não vamos mutilar essa lei,
de tal sorte que vamos ter um documento imprestável juridicamente se acolhermos
esse Veto.
O
objetivo político do Sr. Prefeito já foi alcançado: ele não queria mandar para
cá o Plano de Investimento até o dia 3 de novembro. Não mandou. Usou do
artifício desse Veto estapafúrdio e não mandou. Hoje é dia 4 de novembro, já
passou o dia 3 de novembro. Não vai produzir efeito nesse sentido. Mas, retirar
todo o artigo, só para satisfazer esse capricho, essa teimosia do Prefeito
Municipal, é cometermos uma heresia jurídica nesta Casa sem precedentes. Não
vai honrar a biografia de nenhum de nós, nem do Professor de Direito Isaac
Ainhorn, nem do Ilustre Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da
Casa, meu querido amigo Ver. Elói Guimarães, nem deste modesto vereador.
Ninguém vai ficar, Ver. João Dib, com a sua biografia aumentada, ela vai ficar
comprometida, porque nós estaremos fazendo um verdadeiro monstro em termos
jurídicos na Cidade de Porto Alegre. Vamos aprovar uma lei, consagrando esse
Veto, que mutila de tal sorte a própria lei, que ela desaparece, deixa de
existir no mundo jurídico. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra
para encaminhar.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em nome
da Bancada do Partido dos Trabalhadores, quero encaminhar favoravelmente ao
Veto do Sr. Prefeito Municipal. Em primeiro lugar, porque um dos principais
argumentos que tem sido usados, e que o nobre Ver. Reginaldo Pujol trouxe à
tribuna também, é de que o Prefeito teria vetado essa emenda com objetivo de
não trazer para a Casa, ou não dar publicidade para Casa e, portanto, para a
Cidade, do Plano de Investimentos do Município de Porto Alegre. Esse argumento
não se sustenta, na medida em que a própria Proposta Orçamentária que está na
Câmara de Vereadores já contém o Plano de Investimentos. Tanto é verdade, que,
certamente, todos os Vereadores e Vereadoras tiveram o trabalho de ler a
Proposta que está em debate. Na pág. 23: Centro 24 Horas - e a destinação
orçamentária correspondente; pavimentação na estrada Afonso Mariante, estação
de transbordo na lomba - e a destinação orçamentária correspondente;
alargamento da Av. Bento Gonçalves - e a sua destinação orçamentária; reforma
no Edifício da Montaury. Isso aqui, numa leitura - e aqui vão páginas e páginas
- evidencia que está aqui o Plano de Investimentos com a destinação
orçamentária correspondente.
No
entanto, alguns Vereadores colocam que não estão 100% das obras e, portanto,
não está o conjunto do Plano de Investimentos. É verdade, não está o conjunto
do Plano de Investimentos na Proposta Orçamentaria, mas não está por uma razão
muito simples e que todos nós conhecemos e que, portanto, devemos trazer ao
debate. Não estão apenas aquelas obras que ainda precisam de análise técnica,
que ainda precisam de análise legal e análise financeira, porque todas as que
têm nome e endereço já vêm dentro do Projeto de Proposta Orçamentária, ou seja,
o Plano de Investimentos está contido aqui.
Todos
nós sabemos que, por exemplo, programas, como pavimentação comunitária, que é
um programa importantíssimo, que há muitos anos vem sendo operado pela
Prefeitura Municipal de Porto Alegre com resultados fabulosos para a qualidade
de vida na nossa Cidade, pelas características de sua natureza precisam de uma
análise técnica, Ver. Pedro Américo Leal, que faça saber se aquela demanda
vinda das comunidades, através do Orçamento Participativo, que pede, por
exemplo, a pavimentação de 200m de via da sua rua, se aquela pavimentação,
aprovada pelo orçamento, pode ser feita e em que condições, porque, via de
regra, nós sabemos que há ocupações regulares, há casas no leito da rua. Logo,
com que responsabilidade a Prefeitura vai destinar “x” reais para atender
àquela demanda se depois, no concreto, na hora de fazer, verificar que é
preciso tirar duas, três casas, que é preciso contornar? E, nesse caso, a obra
não sairá somente “x”, mas “x” mais alguma coisa.
Logo,
o Plano de Investimentos não pode ser uma verba de ficção, e é só por isso que
o Plano de Investimentos vem para a Câmara de Vereadores nesta altura do
campeonato, aquilo que tem nome e endereço, compromissado. E os restantes dos
programas, como pavimentação comunitária, como drenagem urbana, como programa
de habitação, por características por todos nós conhecidas - o Ver. Hélio
Corbellini já foi do DEMHAB, o Ver. Nereu D’Ávila já ocupou cargos importantes
no Executivo Municipal, o Ver. Pedro Américo Leal na Assembléia Legislativa,
então, muitos com larga experiência - necessitam de análise técnica, legal e
financeira. Ou queremos uma peça de ficção, quando então vem tudo pronto,
bonitinho e, depois, não é executado? Como não queremos isso, e como em Porto
Alegre já estamos habituados - Câmara de Vereadores e comunidade organizada,
através do Orçamento Participativo - a ter, efetivamente, um Plano de
Investimentos e a ter publicado, no início do ano, um livro com 100% das
demandas consolidadas, que, inclusive, é um instrumento de controle e pressão
social fundamental, como estamos acostumados a não ter obras de ficção, é por
isso que esses programas não vêm agora, porque precisam da análise técnica,
legal e financeira, e todos nós sabemos disso.
A
Lei 4.320 é clara, apenas obriga que o orçamento venha até o elemento despesa,
e isso a Prefeitura não só faz como amplia, ela faz muito mais do que isso,
exatamente porque quer dar o maior grau de informação possível aos nobres
Vereadores. No que toca à pendência legal, todos sabem que não sou bacharel,
não me notabilizo por participar das inteligentes discussões sobre normas,
direitos e regimento que acontecem nesta Casa, diferentemente do nosso caro
Ver. Juarez Pinheiro, da nossa Bancada, sem desprestígio a nenhum dos demais,
que é o nosso especialista no assunto, agora, uma coisa é certa, ao poder de
emendar, como sustenta o nosso Prefeito Municipal, deve corresponder,
obrigatoriamente, o direito de vetar. Isso é, a meu juízo, na minha pobreza
intelectual na área do Direito, de uma claridade meridiana. E um Poder deve
corresponder ao outro, no caso, o Executivo. O Executivo usou do poder de vetar
aquilo que foi emendado.
O
hábito de vetar emendas não é um hábito próprio, básico e singular do Executivo
Municipal, porque tenho, aqui, Vetos a emendas feitos pelo Governo do Estado ao
Projeto de Lei nº 283/96, e aqui tem todo um arrazoado, uma longa folha.
Portanto, não vamos usar termos aqui como “sorrateiro” e “sub-repticiamente”,
porque trata-se do Executivo Municipal da Cidade de Porto Alegre e do Prefeito
de uma sociedade democrático-popular, onde há controle público, transparência e
claridade, como em nenhum outro lugar há, no que diz respeito às questões de
Orçamento e questões de Plano de Investimentos. Porto Alegre se notabiliza,
inclusive internacionalmente, pela transparência, pelo controle público e
social sobre o seu Orçamento. Portanto, não cabem caracterizações como essa no
que diz respeito ao Orçamento da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ainda
bem que o Ver. Gerson Almeida, quando estava aqui argumentando com relação a
esse Veto aposto pelo Sr. Prefeito Municipal, disse não entender nada de
Direito, porque a matéria que está colocada é de Direito.
Vereador
Gerson Almeida, imagine que nós, aqui, no Legislativo Municipal, temos um
processo. Dentro do processo, é votado o Projeto. Os projetos que apresentamos
aqui no Legislativo formam processos, e esses processos chegam para votação. O
processo são as emendas, os pareceres e tudo aquilo que acompanha o Projeto de
Lei.
Como
é que V. Ex.ª pode conceber - e V. Ex.ª não entende de Direito, mas é uma
pessoa muito esclarecida, uma das pessoas que mais tem ajudado nas votações -
que o Poder Executivo, que é independente, como aqui também é um Poder
independente, possa ele, Poder Executivo, vir aqui dentro do Legislativo e
vetar o processo que está tramitando. Ora, Ver. Gerson Almeida, nós não
podemos, na verdade, permitir, como Vereadores que somos e defensores da
democracia, que o Poder Executivo se imiscue nos negócios do Legislativo,
porque, senão, nós perdemos a nossa independência. E é isso que está
acontecendo com a história desse Veto. O Sr. Prefeito Municipal veio aqui
dentro do Legislativo e vetou uma Emenda. Ele disse: Veto a Emenda nº 16. Mas a
Emenda 16 faz parte do Processo, não faz parte do Projeto que foi enviado para
o Executivo para que, lá, ele o examinasse. O Sr. Prefeito tinha que vetar o
texto que esta Casa enviou para ele. E o texto é o que sai da Redação Final,
com as emendas aprovadas, com o texto que foi aprovado por todos os Srs.
Vereadores e que passou pela redação da Comissão de Constituição e Justiça.
Saiu este texto e foi enviado para o Sr. Prefeito Municipal. O Executivo só tem
a ver com o texto que foi enviado para ele, e não com o Processo, que tem a ver
com a ação dos Srs. Vereadores de todas as Bancadas. É por isso que esse Veto à
Emenda não poderia existir. É como se o Veto não existisse.
Está
certo o Ver. Antonio Hohlfeldt quando levanta aquela Questão de Ordem dizendo
que passou o prazo de Veto do Prefeito, porque ele tem um prazo de 15 dias, é
prazo constitucional. Depois que passou o seu prazo de Veto, ele pode novamente
atuar no processo? É claro que não! É da Constituição! O que nós estamos cometendo,
hoje, nesta Casa, abrigados pelo Parecer da Comissão de Justiça, é uma
inconstitucionalidade, uma inorganicidade, e cai, esta votação, em qualquer
discussão no Judiciário. Mas a Casa e a Comissão de Justiça querem que as
coisas caminhem assim e o Presidente da Casa tem que se curvar à Comissão de
Justiça, porque não pode fazer com que o Parecer da Comissão de Justiça seja
menor do que o entendimento do Presidente da Casa.
Estamos
votando uma matéria inconstitucional; estamos votando uma matéria inorgânica;
estamos permitindo, por causa destas ações, que o Sr. Prefeito Municipal se
imiscua nos assuntos do Legislativo. Estamos permitindo que o processo
legislativo seja alvo de Veto do Sr. Prefeito Municipal. Estamos apequenando o
Legislativo, Ver. Pedro Américo Leal, estamos fazendo com que ele não tenha o
tamanho que deveria ter para, na verdade, tê-lo como um Poder harmônico, mas
independente, que possa configurar a democracia no Município de Porto Alegre. O
que temos nesse processo é a visão de que a democracia, pelo menos agora,
deixou de existir, porque quem manda é o Executivo, e o Legislativo está sendo
apenas um apêndice. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Apesar de minha modéstia, eu estava tentando
acompanhar com muita atenção o seu pronunciamento, como sempre faço, mas a
minha dúvida é com relação a questão à qual V. Ex.ª se refere, ou seja, a da
intervenção do Executivo na Casa, a peça seria o documento que o Prefeito
remeteu, seria com relação a esse episódio?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não, é ao que toca ao Veto a uma Emenda
que está no Processo, a Emenda faz parte do Processo. A peça que vai ser votada
é a redação final que sai da Casa.
O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Mas a sua crítica com relação à
intervenção do Prefeito se refere à resposta remetida pelo Prefeito?
O SR. PRESIDENTE: Nós fizemos duas críticas: uma delas é
exatamente quanto à intervenção no processo legislativo, o que não pode haver;
a outra é exatamente porque depois de ter passado quinze dias - que são aqueles
que o Prefeito tem para vetar ou para sancionar -, depois de passar esse prazo,
não pode mais haver nenhum tipo de intervenção de Veto ou de Sanção, cabendo
aí, na verdade, ao Poder Legislativo a ação.
O SR. GERSON ALMEIDA: Só que nesse caso é uma resposta a uma
demanda que a nossa Casa, por destinação, teria feito. O segundo documento é
uma resposta a uma demanda motivada por nós.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente, aconselhado pela Comissão de
Justiça da Casa. O Ver. Fernando Záchia está com a palavra.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA (Questão de Ordem):
Gostaria de saber se o
tempo que o Ver. Gerson utilizou era uma discussão de encaminhamento.
O SR. PRESIDENTE: A matéria para ser votada deve ser bem
esclarecida. Peço escusas ao Plenário porque esta Presidência errou ao utilizar
um tempo que não era seu para fazer esclarecimentos. Mas o tempo foi utilizado
apenas para que possamos votar a matéria da melhor maneira possível.
O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente, o debate entre Vossa
Excelência e o Ver. Gerson foi tão acirrado que ficamos com ciúmes de não
participarmos. Foi usado um tempo especial.
O SR. PRESIDENTE: Eu peço desculpas aos demais Vereadores.
Está com a palavra o Ver. Elói Guimarães para encaminhar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com a
devida vênia gostaria de pedir a atenção do Plenário para este debate que é
extremamente importante no seu enfoque jurídico. Se bem examinarmos a matéria
vamos ver que a Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt criou uma situação
insustentável para o Sr. Prefeito Municipal. Chamo a atenção sobre esse
aspecto. Quando o Ver. Antonio Hohlfeldt propõe a Emenda, ele a incorpora ao
art. 1º. Então, a Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt funde o art. 1º com a sua própria
Emenda. Onde reside a impropriedade técnica do Sr. Prefeito Municipal? Em vetar
a Emenda quando deveria vetar o texto da Redação Final. Acontece que ele não
poderia vetar uma parcela do referido texto da Redação Final. Então, o Prefeito
se volta para a Emenda. O Prefeito fica sem alternativa. Pergunto aos juristas
da Casa, que alternativa teria o Prefeito em vetar a parte da Emenda Antonio
Hohfeldt sem vetar o todo? Não há alternativa.
Penso
que a Emenda, - Ver. Antonio Hohfeldt,
com respeito ao zelo de V. Ex.ª -, tem um equívoco. Sua Emenda, Ver. Antonio
Hohfeldt, contém um equívoco quando incorpora o art. 1º no que ele pretende,
isso tira a possibilidade de o Sr. Prefeito vetar a parte porque a Lei Orgânica
proíbe. Não sei se me fiz entender,
mas isso deixa claro, o Prefeito ficou algemado diante do texto. Chamo a
atenção de V. Ex.as, a Emenda Antonio Hohfeldt diz: (Lê.) “...e até
3 de novembro do corrente ano o plano de investimentos para 1999”. O texto
anterior é exatamente o art. 1º do Projeto do Executivo. Na medida em que vem
esta Emenda, na medida em que esta Emenda incorpora o art. 1º todo, como é que
o Prefeito procede? Queria que me dessem essa solução se alguém puder fazê-lo,
se a Lei Orgânica proíbe o Veto em partes e só permite ao todo. O Prefeito
Municipal fica sem alternativa de vetar aquilo que é da sua responsabilidade e
competência. O Prefeito pretendia vetar, exatamente, “até 3 de novembro do
corrente ano o plano de investimentos para 1999”. Assim o fez na Emenda, só que
a Emenda incorpora o texto.
Diante
do questionamento feito em Plenário pelo Ver. Antonio Hohfeldt, restava o que à
Comissão de Constituição e Justiça? Estabelecer uma regra para o impasse.
Estabeleceu a regra dizendo que poderia dizer diferente, mas o disse assim,
dizendo que, ao vetar essa parte que não poderia fazer, o Sr. Prefeito
Municipal está vetando o todo. Chamo a atenção da Casa porque é um argumento
que gostaria de trazer de público e o faço agora: o Prefeito Municipal, diante
da incorporação do texto do art. 1º à Emenda, não tinha outra alternativa e a
procurou vetando a Emenda, o que não poderia.
Nós
temos também que examinar a técnica de Emenda, porque esta, a meu juízo,
carrega uma impropriedade técnica, porque tira a competência do Sr. Prefeito em
vetar determinado texto, se assim pretender.
Na
redação final, resta ao redator da Comissão de Constituição e Justiça
incorporar nos artigos as emendas. Nós não poderíamos fazer uma secção na
Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt no momento de fazer a redação final, tínhamos
que a carregar, como o fizemos, para o art. 1º. Essa situação se tornou
materialmente impossível para o Sr. Prefeito resolver. Não haverá nenhum
prejuízo, porque essa matéria se aplica a 1999, o ano que vem se recomporá o
art. 1º e nós já estamos votando a matéria. Se fosse uma matéria “ad aeternum”,
sim, nós estaríamos tirando o caput do artigo e isso seria humanamente
insustentável. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o art. 1º do Veto Parcial ao
PLE nº 017/98, que foi destacado. (Após a chamada.) 13 votos “NÃO”, 15 votos “SIM”, 3 ABSTENÇÕES. REJEITADO o artigo 1º do PLE nº 017/98,
mantido o Veto.
Há
uma Declaração de Voto assinada pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio
Sebenelo, Reginaldo Pujol e João Dib. Peço ao Sr. Secretário que faça a sua
leitura.
O SR. SECRETÁRIO: (Lê.)
“Votamos
contrários ao Veto do Executivo Municipal por ser ele uma excrescência
jurídica, por extemporâneo em sua decisão de ser estendido a todo o caput do
artigo 1º e quanto por ser contrário à
necessária transparência pública necessária à Administração.
(aa.)Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Líder do PSDB; Cláudio Sebenelo; Reginaldo Pujol, Líder do
PFL; João Dib, Líder do PPB e Anamaria Negroni.”
O SR. PRESIDENTE: Em votação o artigo nº 14, relacionado
às cartas-contratos, do PLE nº 017/98.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, independente da votação
do próximo artigo vetado, quero requerer de V. Ex.ª, desde logo, uma cópia de
inteiro teor de todo esse Processo, inclusive dos apanhados taquigráficos das
nossas intervenções no dia de hoje em relação a essa questão.
O SR. PRESIDENTE: Solicito a Diretora Legislativa que
providencie as cópias solicitadas pelo Ver. Antonio Hohlfeldt.
O
Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
mestre Elói Francisco Pedroso Guimarães poderia embaraçar-me se eu fosse
incauto. Mas eu estou sempre atento. Muito atento! O nobre Vereador, Presidente
da Comissão de Justiça, dizia que o Prefeito ficou algemado com a Emenda do
Ver. Antonio Hohlfeldt acrescida ao art. 1º, da Lei de Diretrizes
Orçamentárias. A posição do querido mestre Elói Francisco Pedroso Guimarães, em
relação ao Veto ao art. 14, é exatamente a mesma coisa que o Veto ao art. 1º.
Só que aqui ele vetou o artigo todo.
O
Prefeito, sem dúvida nenhuma, não estava algemado. Ele poderia ter vetado o
art. 1º na íntegra. Poderia! A Procuradoria dele talvez precise saber que dois
mais dois é igual a quatro. O art. 1º diz assim: “O Executivo Municipal
encaminhará ao Legislativo até 30 de novembro, do corrente ano, projetos de
leis dos orçamentos anuais, previstos no art. 117, da Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre, observando o disposto no art. 118 do mesmo diploma legal”.
Então,
não havia necessidade do art. 1º, da Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque
estava explicitado que ele apenas vai ter que cumprir a Lei Orgânica; e está
escrito na Lei Orgânica que até o dia 30 de setembro os orçamentos são
encaminhados. E, inclusive, as leis que devem acompanhá-lo.
No
caso do Veto ao art. 14, o Prefeito, pela sua douta assessoria jurídica, nobre
Ver. Elói Guimarães, que diz: “Em relação ao texto matriz do presente Projeto,
verifique-se a alteração do conteúdo do artigo 14, através da Emenda 5 e da
Subemenda 1, contudo, além de inconstitucional, inorgânico e contrário ao
interesse público. O artigo 14 em sua Redação Final é extemporâneo ao conteúdo
que compõe uma Lei de Diretrizes Orçamentárias”. Continua o Prefeito com a sua
brilhantura, Dr. Raul Jorge, dizendo que: “estabelece o inciso IX do artigo 37
da Constituição Federal, que a Lei estabelecerá os casos de contratação por
tempo determinado para atender a necessidades temporárias e de excepcional
interesse público”. Continua, ainda, a douta Procuradoria do Dr. Raul Jorge,
dizendo que: “Semelhante disposição encontra-se no inciso II do artigo 17 da
Lei Orgânica do Município de Porto Alegre”.
Então,
estão na Lei. Não seria necessário a proposição que o Prefeito colocou, como não
era necessário a proposição que ele tinha colocado no artigo 1º. Agora, o
importante do artigo era a colocação que nós fizemos, somente através do
cumprimento do preceituado na Lei nº 86/66, Nacional que está em vigor, em
todos os seus artigos e que deve ser respeitada. O Prefeito diz que, no caso do
Município, que decide é a Lei 7.770.
Senhor
Presidente, da Comissão de Constituição e Justiça caberia a V. Ex.ª até, para o
não-cumprimento da Lei 7.770, buscar solução! Porque a Comissão de Constituição
e Justiça deve zelar pelo cumprimento da Lei, e a Lei municipal diz que pode
contratar por cento e vinte dias, em caso de recenseamento ou outra coisa, mas
não em caso de emergência ou de calamidade pública, como é o caso que o
Prefeito alega e mente, no seu artigo - agora eu vou usar a expressão “mente” -
diz que faz concursos para trazer funcionários para a Saúde e para a Educação.
Não é verdade! Eu mostrei, aqui, hoje, e mostro todos os dias, cartas-contrato.
Eu apenas queria que as cartas-contrato fossem feitas na forma da Lei 86/66,
que é usada pelo Prefeito, cujo teor é: “Contratação em caso de emergência ou
de calamidades pública podem ser feitas no espaço de cento e oitenta dias,
improrrogáveis.” E o Prefeito tem feito contratações sem decretar emergência ou
calamidade pública. Já tinha dito isso desta tribuna, mas parece que só a
Procuradoria e o Prefeito Raul Jorge não sabem que emergência se faz por
decreto, calamidade pública também. Portanto, deve ser rejeitado o Veto de S.
Ex.ª, o Sr. Prefeito. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha pela Bancada do PT o Ver.
Renato Guimarães.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores: o Ver.
João Dib estabelece o debate sobre a questão das cartas-contrato através de uma
Emenda à LDO. Foi isso no ano passado, está sendo assim neste ano. Na realidade
o que o Ver. João Dib não assume é que de fato, passada a municipalização da
saúde - e destaco isso porque a grande maioria das cartas-contrato se dá na
área da saúde - quando assumimos uma estrutura no Município de Porto Alegre,
necessitavam-se, para tocar para a frente, funcionários, servidores, um
processo todo de construção, com concursos públicos, chamar novos servidores, e
para isso foi construído todo um processo, fizemos concurso público e estamos
chamando servidores. Em situações especiais está-se fazendo a carta-contrato,
para que neste período da falta do servidor, que está sendo aposentado, que era
de outra esfera e que foi municipalizado, a população não fique sem atendimento.
Gostaria
de destacar o histórico da municipalização porque nela está a origem, neste
momento, do conjunto das cartas-contrato, e dizer ao Ver. João Dib que se fazem
necessárias no Município de Porto Alegre as cartas-contrato, até que venhamos colocar,
na área da saúde, a casa em ordem, coisa que está-se fazendo desde o momento em
que Porto Alegre assumiu a municipalização da saúde. Registro também que a
Constituição Federal, no seu artigo 24, quando fala da contratação, por
calamidade ou por emergência, não cita em nenhum momento a necessidade de
decreto. Então, o Executivo e a Procuradoria-Geral do Município estão
sustentados na Constituição Federal. Eu destaco, ainda neste debate, a
legalidade a nossa Lei 7.770, que diz o seguinte: “consideram-se como
necessidade temporária excepcional de interesse público as admissões que visem
atender a casos de emergência ou calamidade pública, quando caracterizada a
urgência de atendimento nessas situações; segundo: combater epidemias;
terceiro: realizar recenseamento; e quarto: satisfazer atividades especiais e
sazonais”.
A
nossa lei municipal sustenta a possibilidade de se chamar cartas-contrato. A
emenda que o Ver. João Dib propôs, que nós, até como uma forma de mostrar que
queríamos uma negociação, tentamos construir uma redação alternativa, limita a
lei federal e prejudica a lei municipal. Se o nosso interesse aqui em votar a
LDO é estabelecer condições para que as necessidades dos cidadãos de Porto
Alegre sejam atendidas, essa Emenda é contrária ao interesse dos cidadãos de
Porto Alegre, porque ela limita a possibilidade que a lei estabelece para o
Prefeito da Cidade chamar carta-contrato. Portanto, temos que manter o Veto e
também manter a Lei Municipal 7.770, que estabelece condições para que se possa
chamar carta-contrato. Eu insisto em afirmar que a carta-contrato é uma
necessidade temporária, porque, de fato, temos interesse em fazer debate com
esta Casa, no sentido de que possamos sim, com mais receita, estabelecer a
possibilidade de fazer novos concursos, criar novos cargos e, cada vez mais,
darmos melhores condições de atendimento à população de Porto Alegre. Mas,
repito, a Emenda do Ver. João Dib limita o que a lei federal diz, prejudica a
lei municipal e, além do mais, prejudica o cidadão de Porto Alegre que, hoje,
com as cartas-contrato, está tendo a possibilidade de ter suas necessidades
atendidas de ver suas necessidades serem atendidas.
O
que eu peço, nesse momento, é toda a atenção dos Vereadores, no sentido de que
mantenham o Veto para possibilitar que esses cidadãos de Porto Alegre continuem
a receber esse direito que lhes é devido. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não
sabemos muitas vezes com que credibilidade vêm a esta tribuna Vereadores de
situação dizer que querem abrir concurso, que querem ampliar o quadro e que
querem melhorar a saúde, quando nós recebemos na semana passada, em Pauta, um Projeto
de Lei que estende por mais um ano a contratação de estagiário, que é de um
ano. A duplicação desse tempo faz com que os concursados tenham um bloqueio
importante no seu acesso à carreira do Município, e agora este Veto às
cartas-contrato.
A
Emenda do Ver. João Dib fala em cartas-contrato apenas em caso de calamidade e
de emergência, mas, na verdade, há dez anos já havia uma advertência do
Tribunal de Contas, dizendo que carta-contrato não vale, e a população de Porto
Alegre tem que saber o que é carta-contrato:
é um contrato de 180 dias que, terminado o prazo, a pessoa não tem
nenhum direito trabalhista, é excluída, e é necessário contratar um novo
servidor, que assume por mais seis meses e vai embora, exatamente contrariando
e desmentindo tudo aquilo que está justificado nos contratos a serem duplicados
no seu tempo, dos estagiários, isto é, usa-se mão-de-obra barata que não tem
vínculo empregatício, substituindo
concursos que não são feitos há dez anos, isto é, nos dez anos de
administração petista e vem o Tribunal reiterando, dizendo que não pode, não
deve vingar a carta-contrato como uma rotina, e vem o Ver. Renato Guimarães
dizer que é temporário, que brevemente serão contratados os concursados. Não é
verdade!
E,
mais do que isso, vejam o exemplo do Pronto Socorro Municipal em que se clama,
se pede a nomeação de concursados porque saíram mais de quarenta médicos do
quadro e não foram nomeados novos médicos em substituição, a compensação é
feita através de plantões extras, cuja hora deve ser paga a 150% e que a
Prefeitura também não paga. Todas essas reclamações mostram, perfeitamente - e
quando se ouve falar aqui sobre trabalho, trabalhador, funcionário público, nós
vemos essas manobras, esse escamoteio da deficiência de funcionários com o uso
de estagiários com o tempo duplicado como se fez aqui, se discutiu em Pauta na
Sessão passada e agora o Veto do Prefeito à Emenda do Ver. João Dib, que
somente em casos de emergência e calamidade pública serão decretados pelo
Prefeito e poderão ser emitidas as cartas-contrato.
A
carta-contrato passou a ser uma rotina. Não é verdade o que disse o Ver. Renato
Guimarães, não é provisório, é definitivo, é rotineiro e isso com o aviso, com
a admoestação, com o alerta do Tribunal de Contas do Estado, dizendo que esta
prática é lesiva ao interesse dos funcionários, os concursados deixam de ser
contratados porque são substituídos por cartas-contrato. Quando não tem
concursado a carta-contrato substitui o concurso, desta forma se empurra com a
barriga, essa é mais uma constatação de que é muito fácil usar mão-de-obra que
não tenha nenhuma conseqüência trabalhista. Seis meses depois ou um ano depois,
um ano ou dois anos depois, os estagiários estão fora do quadro, as
cartas-contrato são extintas e são contratados novos sem que haja qualquer
vínculo ou elo entre aqueles que prestam serviço à Administração Municipal,
fato que está se tornando não apenas uma exceção, mas algo corriqueiro, banal,
rotineiro, o que não pode ocorrer. Estou votando a favor da Emenda do Ver. João
Dib.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o art. 14, em destaque, do
PLE nº 017/98. (Após a chamada.) REJEITADO
por 14 votos SIM e 14 votos NÃO. Aceito, portanto, o Veto a ele
aposto.
O SR. PRESIDENTE: Em votação item do anexo II do PLE nº 017/98 - Educação: Implantação do
Fundo Municipal de Crédito Educativo - FUNCRED.
O
Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra para encaminhar.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volta
à baila, nesta tarde, o assunto sobre o Crédito Educativo Municipal. É muito
bom que volte essa discussão, porque estou absolutamente convicto de que quanto
mais o tempo passa, como se vinho fosse, mais incorpora-se a vitalidade dessa
discussão. No meu entendimento não só a vitalidade, mas a consecução do
objetivo que se quer conseguir, que é vencer as resistências do Município de
Porto Alegre para que seja sensível à colocação de alguma verba no Orçamento
Municipal, que consubstancie, que dê ênfase, que preencha ou que dê “o pontapé
inicial” para a formação daquilo que já é Lei, votada e sancionada por esta
Casa, que é o Fundo do Crédito Educativo Municipal, o FUNCRED.
Ressalte-se
que não é apenas o Poder Executivo que vai custear o FUNCRED; são verbas que
podem ser conseguidas, inclusive, na iniciativa privada e que formarão o Fundo.
Eu
quero dizer que a cada tempo que passa mais forte fica a convicção de que as
vezes o texto legal, mesmo que seja constitucional, é derrogado pela natureza
das coisas. Hoje, na situação de crise, há situação de abandono pelos jovens
das faculdades por falta de pagamento. Os jovens e seus familiares, quando os
jovens passam no vestibular colocam faixas que exultam o jovem, a família, os
amigos. E eles entram nas faculdades. Isso nos meses em que tem vestibular, por
exemplo, no verão, quando inicia o ano letivo em março, em junho, a maioria dos
jovens já está cabisbaixo, tristes, falam para nós, certamente para os
deputados também, que não têm mais condições de se manterem na faculdade, pelos
preços. Então, o Crédito Educativo vem sendo - o Crédito Educativo Federal,
Estadual - o salva-vidas desses estudantes. Então, uma terceira opção custeada pelo poder municipal seria a conformação do
discurso, que o próprio partido que está na Prefeitura faz, que é o discurso
não-legalista, porque se é lei tem que se cumprir. Não. Tem que se fazer o
discurso social, a visão ampla, a solidariedade que se deve ter para com os
jovens.
Para
isso, Senhores, eu vou dar dois exemplos como prova. Aqui está a Lei Municipal
nº 716/98, da Prefeitura Municipal do Salto do Jacuí, que é um município
pequeno e que, aqui está a lei, cria o PROMFES - Programa Rotativo Municipal de
Financiamento ao Ensino Superior -, altera a Legislação orçamentária, cria
crédito especial e dá outras providências. Aqui está: o Salto do Jacuí
instituindo o Crédito Educativo como exemplo, inclusive mudando verbas
orçamentárias nos recursos do programa, no plano plurianual de investimento. É
um exemplo, entre outros que devem existir e, que eu não tenho conhecimento,
mas que certamente existem, de que uma Prefeitura de porte pequeno, médio, lá
no interior, instituiu o Crédito Educativo. E uma prefeitura, que eu não diria
rica, para não dar a impressão de que estou sendo exagerado, mas uma prefeitura
do porte de Porto Alegre que, evidentemente, em relação ao Salto do Jacuí é
gigante.
Eu
ouso dizer que a Prefeitura de Porto Alegre poderia certamente. O segundo
exemplo, Srs. Vereadores, está no jornal de ontem, terça-feira, 3.11.98. Jornal
do Comércio: “Capão da Canoa. Prefeitura financiará o transporte universitário.
“O que muitas Prefeitura já vêm fazendo no interior, pagando as kombis que
levam, por exemplo, nos conglomerados universitários como Passo Fundo, como
Santa Cruz e como Canoas. Os municípios longínquos pagam para que os
estudantes, depois do trabalho, custeados pela prefeitura, vão, numa Van, numa
kombi, estudar nos pólos universitários. São as prefeituras ajudando os
universitários. Por que, senhores, se a do Salto do Jacuí e tantas outras
prefeituras, como a de Capão da Canoa, ajudam os estudantes, por que Porto
Alegre não pode fazê-lo.
Estamos
inserindo uma Emenda, porque a lei do Crédito Educativo já existe, ela só não
está sendo colocada em prática. Por isso, esse apelo em nome da crise que
estamos vivendo, em nome das dificuldades pelas quais estamos passando. E não
estou dizendo nada a mais a não ser o que está ocorrendo, e mostrando que as
prefeituras não estão alheias às dificuldades dos jovens universitários, por
que a de Porto Alegre fugiria a regra, apenas para ser legalista, apenas para
dizer que cumpre que o 3º Grau é atribuição da União? Creio que uma prefeitura
democrática, que tem um discurso progressista e que estufa o peito em nome dos
trabalhadores, dos universitários, dos jovens, que não abandone, na prática, o
que faz na teoria. Que não fique no discurso, vamos para a prática, vamos
instituir o Crédito Educativo que não vai ser custeado só pela Prefeitura -
repito -, é um fundo do Crédito Educativo.
Até
proponho mais, que na primeira vez seja colocada uma verba tímida apenas para
que possamos tentar arrecadar mais verbas para que ele seja realmente um fundo
e não apenas custeado pela Prefeitura. Isso estamos pleiteando em nome de uma
realidade sócio-econômica absolutamente latente no nosso Estado e no nosso
País. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, parece
incrível que esse assunto ainda persista no debate nesta Casa. Não sei por que
essa obstinada determinação do comando do Executivo Municipal com relação ao
Crédito Educativo Municipal. Não sei por que o Chefe do Executivo insiste tanto
em não implementar essa Legislação que decorreu de um grande entendimento desta
Casa, e que várias pessoas, inclusive eu, entenderam de somar, no sentido de
dotar o Município de uma possibilidade de se criar um instrumento válido capaz
de auxiliar os estudantes de 3º Grau.
Eu
fico estupefato, porque, na verdade, Ver. Nereu D’Ávila, V. Ex.ª sabe muito bem
que o seu Partido, no segundo turno, esteve ao lado do candidato da Frente
Popular que tinha como um de seus mais fortes discursos, a criação da
universidade pública estadual. Veja que há um paradoxo, V. Ex.ª está brigando
por cem ou duzentos reais pelo gesto, pelo ato político de deflagrar um
processo que certamente caminharia sozinho, na medida em que fosse deflagrado,
porque nós, enquanto Vereadores, criamos todos os instrumentos legais capazes
de permitir que tal fato ocorresse, em um diálogo muito grande, depois de
termos projetos que estiveram por longo tempo tramitando e que amadureceram ao
longo do tempo, fundindo-se com outros, por exemplo, o Projeto do Ver. Nereu
D’Ávila que acabou sendo aprovado, virando um substitutivo de Projeto de minha
autoria. Tudo isso em um clima de entendimento perfeito, dada a relevância do
objetivo.
Agora
estamos aqui, depois de discutir o assunto por algum tempo, mais uma vez
discutindo a obstinação do Executivo Municipal que não quer ver implementado o
Fundo do Crédito Educativo Municipal, transformando a Lei em algo de ficção
científica. A Lei existe, vigora, mas não produz efeito, porque falta essa
vontade política de propiciar, em um gesto simbólico, até mesmo, que ela comece
a surgir, prospere, alcançando os seus objetivos. Tenho absoluta certeza de que
nesse assunto teremos muitos aliados. Eu ouço, por exemplo, com freqüência o
Professor e Vereador, Líder do PSB, Carlos Alberto Garcia reclamar atenção para
a educação.
A
educação merece atenção de todos os lados! Eu, até repto, que alguém me diga
que alguma vez, por algum motivo tenha votado contra qualquer projeto que
beneficie a educação do Município de Porto Alegre. Até lanço esse repto. E não
venham com a história que Pujol é liberal! Eu já disse claramente que posso até
me confundir no meu liberalismo, mas não me confundo com meus objetivos. Se a
educação é prioridade, todo o mundo dá discurso na época de eleição, vão
priorizar a educação! Na hora da prática, tem que provar, mostrar coerência!
Por
isso, Ver. Nereu D’Ávila, eu alimento a viva esperança de que o conjunto da
Casa, num gesto magnânime, inteligente, conseqüente e coerente decida pela
manutenção do texto originário da Lei das Diretrizes Orçamentárias, que
agasalha essa sua Emenda, que procura criar mais um passo no sentido da
oficialização do Crédito Educativo municipal no Município de Porto Alegre. Eu
tenho essa esperança! Eu tenho essa convicção de que não vai nos faltar os
votinhos necessários para que a Câmara, mais uma vez, diga: “Nós queremos criar
o Crédito Educativo Municipal!”. Quero que ele produza efeitos! Quero que ele
atinja seus objetivos! Quem não o quer, escamoteadamente ou não, vai mostrar
agora. Nós queremos, quer o Ver. Cláudio Sebenelo, quer o Ver. Paulo Brum, quer
a Bancada do PTB, quer a Bancada do PDT, querem, enfim, todos aqueles que se
preocupam com a educação. Vamos nos preparar dizendo: Sim, queremos manter o
texto emendado da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que permite esse gesto
político mínimo de se dar o primeiro impulso na efetiva implantação do Crédito
Educativo Municipal do Município de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Sr. João Carlos Nedel está com a
palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Senhor Presidente e Senhores Vereadores.
Estranhamos e lamentamos que o Prefeito não queira cumprir uma Lei aprovada
nesta Câmara, democraticamente aprovada, e de autoria do ilustre Vereador do
PDT, Nereu D’Ávila. Vetou a Lei. Foi derrubado o seu Veto nesta Casa. E, agora,
Vetou uma Emenda justamente do ilustre Ver. Nereu D’Ávila, que pede
simplesmente a implantação da Lei, que pede simplesmente que cumpra a Lei.
Estranhamos
esta votação contrária à educação, já que ele não aplica os 30% em educação que
exige a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a nossa Lei Orgânica. Era uma grande
oportunidade para, já, aplicar estes 30%.
Mas,
para onde vai a Administração de Porto Alegre, contrária à educação? O ilustre
Ver. Nereu D’Ávila mostrou, aqui, e eu repito, que a Prefeitura de Salto do
Jacuí, do Prefeito do PMDB, implantou no seu Município o Crédito Educativo. A
minha terra, São Luiz Gonzaga, está aqui no jornal a notícia, dizendo: “A
administração municipal vai instituir Crédito Educativo.” Prefeito do meu
Partido, Partido Progressista Brasileiro. Em Porto Alegre, o Partido dos
Trabalhadores não quer o Crédito Educativo. Já temos, aqui, um grande anúncio:
“PT Vetou o Crédito Educativo Municipal”. Será que o Partido não quer educação
em Porto Alegre? Nós nos socorremos, também, de um jornal de São Paulo, onde
diz que 72% dos alunos que ingressam nas faculdades públicas são oriundos do
curso médio particular. E 20% dos que freqüentam curso médio público são
aprovados no vestibular de uma universidade pública, ou seja, 80% dos que são
aprovados em vestibular têm dificuldade para pagar a sua educação em
universidade particular.
Realmente
é uma grande dificuldade da população, de que a Prefeitura de Porto Alegre não
quer colaborar para completar o Crédito Educativo que é dado pelo Governo
Federal, pelo Governo Estadual, e, agora, estamos propondo para o Governo
Municipal. O Prefeito alega que o ensino universitário é prioridade do governo
federal. De fato, é prioridade, mas não é exclusividade. E vejamos o que é
prioridade no Governo Municipal: o ensino fundamental. Desse ensino, 82% dos
alunos de Porto Alegre estão em escolas estaduais e somente 18% estão em
escolas municipais. Onde está a prioridade no ensino fundamental que o
município também não cumpre, e onde o Estado tem a sua prioridade que é o
ensino médio? 98% dos alunos de Porto Alegre estão em escolas estaduais, e
somente 2% em escolas municipais. Mas eu tenho certeza de que a Bancada do PT
nesta Câmara vai contrariar essa arbitrariedade que o Prefeito Raul Pont fez ao
vetar essa Emenda do nosso ilustre Vereador. Tenho certeza de que a Bancada do
PT vai votar pelo bom senso, pelo cumprimento da justiça e pela educação. Eu
tenho certeza que nessa o Prefeito Raul Pont “esgualepou”. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Senhor Presidente e Senhores Vereadores,
o Partido Socialista Brasileiro vai adotar a mesma posição que teve por
oportunidade da votação da Emenda que propõe a criação do Fundo Municipal do
Crédito Educativo.
Sabemos
que, pela Constituição, a prioridade dos municípios é o ensino fundamental.
Mas, ao mesmo tempo, sabemos que todo e qualquer município para crescer precisa
de pessoas que tenham, cada vez mais, conhecimento e mais cultura para ocupar
cargos tanto em nível do município quanto da iniciativa privada. Naquela
oportunidade fizemos questão de colocar que nós, como diretores de uma
instituição de ensino superior privada, somos testemunhas disso, pois inúmeros
alunos chegam até a nossa Faculdade através do trabalho consciente de alguns
municípios.
Por
exemplo, na Faculdade de Ciências e Saúde do Instituto Porto Alegre possuímos
alunos que vêm, todos os dias, da Cidade de Palmares. Da Cidade de Palmares sai
o ônibus que larga os alunos na UFRGS, na FAPA, na PUC e em outras instituições
de ensino superior. Esse ônibus é subsidiado pela Prefeitura de Palmares.
Situações idênticas ocorrem em Guaíba e em Eldorado. Essas localidades não possuem
faculdades dentro de seus municípios. Logo, entende o Poder Público ser
importante, até para evitar o êxodo, que seus munícipes permaneçam no seu
território e tenham a distinção, por parte dos cofres públicos, para que possam
se deslocar até, neste caso, o Município de Porto Alegre. Isso nós entendemos
como uma medida e isso nós entendemos como uma medida altamente inteligente.
Tenho certeza de que a população, de uma maneira geral, comunga com esta idéia,
porque investir em educação é um dos maiores benefícios que se pode fazer em
prol do desenvolvimento da sociedade.
O
Projeto em pauta é simples, ele estipula um fundo, e não normatiza como será,
simplesmente diz que o Município de Porto Alegre terá um fundo contemplando o
Crédito Educativo. Isso sim irá beneficiar inúmeros alunos para a obtenção do
seu 3º grau.
Neste
ano o Governo Federal ainda não se posicionou quanto ao Crédito Educativo
Federal, deixando milhares e milhares de alunos à mercê da oportunidade para
estudar em instituições privadas.
Nós
entendemos que a missão principal do Município é o ensino fundamental. Numa
visão maior, nós queremos também que o Município de Porto Alegre possa
oferecer, - mesmo que singelamente, com valores reduzidos, - a oportunidade
para que os munícipes de Porto Alegre cursem o 3º Grau. A própria bancada
governista, talvez, seja favorável a essa concepção, porque, aqui, a concepção
está clara: a criação de um fundo; mas não diz como ele será. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da presente
Sessão Ordinária por mais duas horas. Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar pelo PT.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, em primeiro lugar, uma correção: proporcionalmente a sua
população, a renda per capita no Município de Salto do Jacuí, é maior do que em
Porto Alegre, por uma razão muito simples: tem a usina da CEEE, uma grande
arrecadação, portanto não é parâmetro de comparação.
Crédito
Educativo Municipal, o PT é contra? Não, em absoluto. O Prefeito Cleci Endrigo,
do Partido dos Trabalhadores, Prefeito Municipal de Vila Maria, implantou
Crédito Educativo Municipal naquela cidade. Prefeituras do PT, na sua grande
maioria, nas proximidades de onde existem universidades, fazem o transporte
escolar. Não estamos discutindo o transporte escolar para as universidades,
muitas vezes inclusive acompanhados de alunos de 2º Grau que estudam naquelas
cidades maiores, à noite, em outros colégios, não se trata disso. Estamos
discutindo, sim, Crédito Educativo, é diferente.
Em
primeiro lugar acho interessante que algumas pessoas propõem uma moção para as
próximas sessões, condenando o Governo Federal por não ter aberto as inscrições
do Crédito Educativo Federal para o ano de 1998, e vão fazer a discussão de
quais são as tarefas do Governo Federal, Estadual e Municipal. Porque, eu falei
antes, estamos cansados de nos submeter a essa pressão do Governo Federal, a essa
centralização, a essa ditadura de Brasília. Onde está o Crédito Educativo
Federal? Essa é a questão que queremos cobrar, é em cima dessa questão que
vamos nos mobilizar. Vamos para as universidades, vamos organizar o jovem
estudante para que ele consiga o Crédito Educativo que é direito seu, segundo a
Constituição. Ou seja, a legislação federal, a Lei de Diretrizes e Bases, a Lei
nº 9.394 de 20/12/96 estabelece no art. 11, inciso V: “Os municípios
incumbir-se-ão de oferecer educação infantil em creches e pré-escolas, e com
prioridade o ensino fundamental.” Essa é a essência da questão.
Vamos
ver em Porto Alegre como as coisas acontecem. Em Porto Alegre a Prefeitura tem
convênio com mais de cem creches comunitárias, a Prefeitura tem escolas
infantis, que são exemplo, quatro escolas de ensino especial. Porque no Estado,
a atual Secretaria não sabe o que fazer com o ensino especial. Existe um
Departamento e tem, ainda, a Fundação. Mas em 1999, Vereador Guilherme Barbosa,
Presidente do meu Partido, vai saber o que fazer. Mais do que isso, a nossa
responsabilidade, como diz aqui, é com o ensino fundamental e está sendo
cumprida. Aí vem o Vereador e diz: “só dois por cento do ensino médio. Mas não
é responsabilidade nossa o ensino médio; é do Estado”. Isso não quer dizer que
não possamos ter escolas de ensino médio. Temos duas e são importantes, de
ensino técnico.
Aqui,
ao lado, está sendo destruído o Parobé de mais noventa anos. Por que não vamos
discutir essas questões? Quem tem a responsabilidade do ensino técnico
profissional no Estado? É o Estado e não o Município. Nós estamos colocando
mais responsabilidades para as prefeituras, que já têm responsabilidades que
não eram suas. Estão sendo repassadas, sistematicamente, responsabilidades para
os municípios sem a devida determinação das verbas estadual e federal. É assim,
também, com a saúde. Não existem os dez por cento da União, não existem os dez
por cento do Estado, mas nós estamos colocando 86 milhões em saúde no Município
de Porto Alegre com verbas próprias. Está no orçamento, Vereador. Os números
estão aí para serem comprovados.
Portanto,
nós queremos discutir qual a nossa responsabilidade. No Estado, nós temos e
vimos na campanha eleitoral dizerem que triplicaram as vagas do Crédito
Educativo: 5.900 vagas. São insuficientes. Vamos discutir qual a
responsabilidade da União que não abriu Crédito Educativo. Cobrar a
responsabilidade da Caixa Econômica Federal e o aumento do FUNCRED estadual,
porque no Município nós fizemos a nossa parte naquilo que diz a Constituição e
a Lei Orgânica Municipal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar que durante o feriadão
dois Vereadores estiveram aniversariando: Ver. Nereu D’Ávila, no dia 28, e Ver.
Cláudio Sebenelo, no dia 30 de outubro. Parabéns aos Senhores Vereadores.
(Palmas.)
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar pelo PSDB.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, só vim
a esta tribuna para agradecer a gentileza da homenagem feita e para refutar os
dados aqui colocados pelo Ver. Adeli Sell. Ora, a Cidade de Porto Alegre tem
hoje mais de 90% da sua assistência médica, na área da Saúde, feita pelo
Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual da Saúde; garantida, financiada
e executada por esses dois órgãos federais. O Ver. Adeli tem a coragem de dizer
que não vem dinheiro da União. Duzentos e sessenta milhões do SUS passam,
anualmente, pela Secretaria de Saúde no Orçamento do Município. Para fins de
cálculo e para fins de se comprovar que há um gasto de 20% do Orçamento a ser
discutido no Orçamento Participativo, o dinheiro do SUS entra nos oitocentos e
noventa e um milhões. E aí, então, é 20% do Orçamento que se discute. Agora,
quando é para calcular a verba da área de Saúde, se tira esses duzentos e
sessenta milhões e se reduz a quinhentos e poucos milhões e aí se calcula o
percentual que vai ser aplicado em Saúde.
Fica muito difícil de se
negar o mérito do Projeto do Ver. Reginaldo Pujol e a Emenda feita pelo Ver.
Nereu D’Ávila. Não tenham dúvidas de que - eu acho que é um marco nesta Casa -
é um Projeto dos mais meritórios que vem preencher uma lacuna, mesmo que sem
grande participação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e, sim, com o fundo
onde outras instituições não-governamentais participam, e é fundamental que a
população de Porto Alegre saiba disso.
Essa proposta é um Projeto
que se bem feito consagraria a Administração Municipal, especialmente na área
da Saúde, na área da Educação, aonde, realmente as fontes de Crédito Educativo
são raras, aonde existe o Crédito Educativo da Caixa Econômica Federal; existem
créditos educativos, inclusive na iniciativa privada, através de uma companhia
de seguro particular acoplada à Pontifícia Universidade Católica; existem
créditos educativos em pequenas proporções. E o que se visa com este Projeto é
um aumento desse Crédito Educativo, seja a Prefeitura ou não a responsável pelo
terceiro grau, seja a Prefeitura diretamente ou não programada apenas para o
ensino primário, mas o ensino secundário e ensino superior fazem parte de uma
proposta e de um projeto de toda uma sociedade.
Por isso, me parece
fundamental que hoje fique aqui muito bem caracterizado o mérito do Projeto. A
possibilidade não é uma proposta inexeqüível, impossível; é uma proposta que
inclusive, bem trabalhada, daria todos os dividendos para o Paço Municipal,
para a Prefeitura Municipal que teria, como único cuidado, Ver. João Antônio
Dib, indiscutivelmente, a impossibilidade, a proibição de que se fizesse, com
esse dinheiro do Crédito Educativo, exatamente a aplicação das alíquotas de
juros que se faz no Banco PORTOSOL. Isso sim nós não iríamos permitir! Mas o
Crédito Educativo é fundamental no País. Já existe Crédito Educativo, é
insuficiente, é difícil, não tenho dúvidas, mas seria uma forma de amenizar, de
minimizar esse problema através de uma importante participação da Cidade de
Porto Alegre e cujo mérito é indiscutível. Por isso, sem explorar esse lado
negativo, sem nivelar por baixo, como fez o Ver. Adeli Sell, alegando que a Federação
não toma conta do ensino de terceiro grau, do ensino universitário, acho que
toda a participação da sociedade, com qualquer tipo de ensino, em qualquer tipo
de medida de saúde, em qualquer postura voltada para os interesses da
sociedade, não tenha dúvidas que é fundamenta.
Portanto, é um projeto
meritório, que merece ser aprovado e que, principalmente, sirva de exemplo para
outros legislativos, para outras comunas, para outras cidades do interior, de
qualquer tamanho e que o processo educativo e o seu financiamento façam parte
de toda uma dinâmica voltada para melhorar a sociedade brasileira. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o item do Anexo II do
PLE nº 0l7/98. (Após a chamada.) APROVADO
o item do Anexo II, REJEITADO o
Veto, por votos 17 SIM; 13 NÃO.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Ex.ª que,
após a votação do Veto Total ao PLL nº 040/98, passemos imediatamente ao PLE nº
023/98, que autoriza o Departamento Municipal de Água e Esgotos a contratar
operação de crédito com o Banrisul, numa obra que está em andamento e
precisaria de uma certa pressa desta Casa, na sua apreciação.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver.
Guilherme Barbosa. O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vamos
ser objetivos. Nós estamos aqui para dizer que mais uma vez estamos votando
para facilitar o trabalho do Executivo, especialmente do Departamento Municipal
de Água e Esgotos. Mais uma vez estamos fazendo isso. Com inúmeros projetos que
têm aí, nós estamos dando preferência a esse projeto porque não queremos que
nenhum gesto nosso possa parecer, por equívoco até, como alguma tentativa de
prejudicar os trabalhos da Administração Municipal, especialmente quando se
trata do Departamento Municipal de Água e Esgotos.
Sou
objetivo, para não perder tempo, Sr. Presidente, e porque, obviamente, na hora
de votar o Projeto do DEMAE haveremos de fazer considerações mais objetivas,
precisas e adequadas em relação ao Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver.
Guilherme Barbosa que solicita que, após a votação do Veto Total ao PLL nº
040/98, seja votado o PLE nº 023/98.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
0958/98 – VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/98, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Antônio Onofre da Silveira um logradouro público localizado no
Bairro Restinga.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela manutenção do Veto Total;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela manutenção do Veto Total;
- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, maioria absoluta de
votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 040/98. Encerrada a
discussão. Em votação nominal o PLL nº 040/98. (Após a chamada.) REJEITADO o PLL nº 40/98 por 3 votos SIM, 21 votos NÃO. Aceito, portanto, o Veto Total a ele aposto.
PROC.
2263/98 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/98, que autoriza o Departamento Municipal de
Água e Esgotos a contratar operação de crédito com o Banco do Estado do Rio
Grande do Sul – BANRISUL, como órgão gestor do Fundo de Desenvolvimento do
Programa Integrado de Melhoria Social – FUNDOPIMES, e dá outras providências. Urgência. Com Emenda nº 01.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. João Dib:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria
absoluta dos membros da CMPA - Art. 122, III, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o pedido de dispensa do envio
da Emenda nº 1 ao PLE nº 023/98, às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
Em
discussão o PLE nº 023/98. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação a Emenda nº 1, ao PLE nº 023/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento):
Sr. Presidente, tendo em vista a obstrução da Pauta até agora, em função
dos Vetos, por trinta dias, eu solicito a V. Exa. que proceda à votação dos
Requerimentos, em caráter de urgência, pela importância que têm alguns deles.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, considerando que há
quórum, eu requeiro que votemos, agora, os Requerimentos e, dentre eles, os que
têm maior urgência.
Senhor
Presidente, o Ver. Isaac Ainhorn está-me atrapalhando. Por isso, eu vou
apresentar outro requerimento ao Plenário.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn tem um Requerimento.
Se não houver consenso, o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn será votado
primeiramente; posteriormente o outro Requerimento.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Eu quero apresentar um Requerimento ao
Presidente, não ao Vereador Isaac.
Sr.
Presidente, os Requerimentos da nossa Bancada são os seguintes: dois
Requerimentos de urgência, de autoria do Ver. João Dib, que tratam da
autorização da operação de crédito da centralizada e do DMAE com a Caixa
Econômica Federal do Pró-Saneamento. São pedidos de urgência do Ver. João Dib,
através dos Processos nºs 2864/98 e 2884/98.
Ainda
dois outros Requerimentos do Ver. Adeli Sell e do Ver. João Nedel, solicitando
representação no Festival de Turismo e do Ver. Luiz Braz, Presidente da Casa e
Ver. Renato Guimarães, marcando os 303 anos da morte de Zumbi dos Palmares. São
quatro Requerimentos, portanto.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, eu fiz um Requerimento
para que resolvêssemos que votaríamos, em primeiro lugar, os requerimentos. Eu
tenho um Requerimento, aqui, que é do alto interesse da Cidade, que é no sentido de que se remeta, - pois está há
mais de vinte dias parado -, para que a Comissão de Justiça se manifeste sobre
a legalidade da demolição do Mercado do Bom Fim. Solicito que, primeiramente,
seja votado esse Requerimento, que é importante para o interesse público da
Cidade de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa. sabe que os
requerimentos são votados pela ordem. V. Exa. fez um Requerimento para que nós,
agora, a partir deste momento, votássemos os requerimentos da Casa e déssemos
preferência àqueles que exigissem maior urgência. Esse foi o Requerimento de V.
Exa. Depois ouvi a Vera. Maria do Rosário, que enumerou alguns outros
Requerimentos referentes a Projetos que deveriam estar nessa urgência, e sou
obrigado a votar esse Requerimento da Vereadora. Agora vem outro Requerimento
de V. Exa. para que também possamos apreciar, logo a seguir, o Requerimento que
trata sobre o mercado do Bom Fim.
Então,
são três requerimentos, que não são excludentes, mas que serão votados por
partes.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Esclarecimento): Sr. Presidente, para entender, no
Requerimento da Vera. Maria do Rosário ela quer que se prorrogue a votação da
Ordem do Dia antes dos Requerimentos?
O SR. PRESIDENTE: Não, ela quer que os Requerimentos que
ela solicitou, e que são Requerimentos de urgência, sejam votados
primeiramente.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Esclarecimento): Já na parte dos requerimentos?
O SR. PRESIDENTE: Exatamente. Os requerimentos, na
verdade, não são excludentes, eles são compatíveis.
O SR. NEREU D’ ÁVILA (Esclarecimento): Mas eu pergunto finalmente a V. Exa,
como o Ver. Isaac Ainhorn fez o Requerimento primeiro, se V. Exa. vai colocar
nessa ordem?
O SR. PRESIDENTE: Só que como o Ver. Isaac Ainhorn só se
referiu ao Mercado do Bom Fim,
posteriormente, eu vou colocar esse Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn após,
mas na verdade não inviabiliza a sua votação. Só que a Vera. Maria do Rosário citou
primeiramente os Requerimentos que ela
gostaria que votassem em primeiro lugar.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Esclarecimento): A Vereadora citou por ordem os projetos.
Essa é a diferença.
O SR. PRESIDENTE: Se os Vereadores chegarem a um acordo
podemos votar tudo em um só Requerimento, se não houver acordo votamos em
requerimentos separados.
Vamos
suspender os trabalhos para que V. Exas. possam entrar em acordo. Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 18h43min.)
O SR. PRESIDENTE (às 18h47min): Estão reabertos os trabalhos. A Vera.
Maria do Rosário está com a palavra.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, as Lideranças e os
Vereadores, reunidos nesse tempo que V. Exa. nos concedeu, chegaram a uma
conclusão e um acordo político para a indicação da ordem dos trabalhos,
portanto, um Requerimento conjunto, construído pelos Vereadores Nereu D’Ávila e
Isaac Ainhorn.
O
Requerimento é o seguinte: que passemos aos Requerimentos e que sejam votados
primeiro relativos aos Processos 2864/98 e 2884/98, que tratam de operação de
crédito no município de Porto Alegre, Centralizada e DMAE, com Pró-Saneamento
Caixa Federal. São dois Processos. Em seguida, o Processo 2992/98, de autoria
do Ver. Isaac Ainhorn, que requer parecer da Procuradoria e da CCJ acerca da
demolição do Mercado Público do Bom Fim.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.)
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, eu quero encaminhar.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, parece que não há acordo
e, então, nós vamos deixar assim.
O SR. PRESIDENTE: Então, existe um Requerimento, de autoria
do Ver. Isaac Ainhorn, que é no sentido de que os Requerimentos sejam votados
primeiramente.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria que V. Exa.
solicitasse ao 1º Secretário que inicialmente lesse a ordem normal dos
Requerimentos que se encontram na Mesa para votação.
O SR. PRESIDENTE: Eu solicito ao Sr. 1º Secretário fazer a
leitura dos Requerimentos.
(O
Sr. 1º Secretário lê os Requerimentos de urgência, por ordem de entrada.)
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Estamos ouvindo o que consta nas emendas
dos Projetos de Lei, eu não quero saber dos Projetos, mas o teor dos
requerimentos.
O SR. PRESIDENTE: São todos pedidos de urgência. O Ver.
Isaac Ainhorn está satisfeito com essas informações?
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): São somente esses requerimentos?
O SR. PRESIDENTE: Não vamos ler todos os requerimentos,
porque são muitos e temos um atraso de, praticamente, um mês de não votação de
Requerimentos. Não é justo que se leia todos eles, perdendo meia hora para
isso.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Então V. Ex.ª está revisando sua posição
anterior de informar quais os Requerimentos que estão sobre a Mesa e que devem
ser votados.
O SR. PRESIDENTE: Estão à disposição, V. Ex.ª pode
consultá-los. V. Ex.ª tem um Requerimento para que sejam votados os
Requerimentos, agora, neste momento, e que sejam votados os de maior urgência.
O
Ver. Isaac Ainhorn encaminha o Requerimento.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, solicito verificação de
quórum.
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda
à verificação de quórum.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à verificação de quórum.)
O SR. PRESIDENTE: Não há quórum, doze Vereadores presentes.
Srs. Vereadores, antes de encerrarmos a Sessão por falta de quórum, comunico
que recebi um pedido para formação de uma Comissão Externa para tratar de um
assunto extremamente delicado. Houve inclusive aquiescência do Plenário para
que esta Comissão pudesse ser formada, mas está havendo alguma dificuldade para
a liberação por parte das Comissões Permanentes, conforme exige o nosso
Regimento.
Como
Presidente da Casa posso indicar representante desta Presidência para que
estejamos presentes naquele evento. Indico a Vera. Clênia Maranhão, pois foi
quem trouxe esse assunto para este Plenário.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, tendo em vista a urgência
e necessidade da intervenção desta Câmara em relação à tentativa de demolição,
amanhã pela manhã, dos bares de Ipanema, proponho que outros Vereadores também
estejam presentes no evento, caso haja necessidade de uma negociação mais
eficaz no próprio local.
O SR. PRESIDENTE: Oficialmente Vossa Excelência está
representando esta Presidência.
O SR. GERSON ALMEIDA: Não vai ocorrer uma tentativa de
demolição de bares, mas, sim, cumprimento de ordem judicial de um longo
processo em curso.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: A demolição vai se dar tendo em vista a
ordem judicial. Mas, não estamos aqui questionando a decisão da Justiça e, sim,
atendendo a uma preocupação das pessoas que estão presentes neste Plenário que
solicitaram da Prefeitura que a demolição não fosse feita amanhã de manhã,
tendo em vista que há crianças e idosos que estão morando naquelas casas, junto
aos bares, e que até lá não terão prazo suficiente para poder deslocar suas
famílias.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. é a representante desta
Presidência para poder tratar deste assunto.
O SR. ISAAC AINHORN: Como eu fui o autor do Requerimento e não
pude sequer encaminhá-lo, em função do pedido de verificação de quórum, por
parte da Líder do PT Vera. Maria do Rosário, eu quero lamentar não termos
condições de votar os Requerimentos que há mais de um mês estão aí.
O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h59min.)
* * * * *